Desde que começou seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem reconstruindo os laços do Brasil com a Venezuela, além de expressar publicamente que tem a intenção de se aproximar novamente de Caracas.
Prosseguindo com as políticas de reaproximação, Lula, por iniciativa pessoal, enviou ontem (8) uma pequena equipe à capital venezuelana, que conta dom o seu assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim, para o primeiro encontro de alto nível do governo com o chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro.
De acordo com o jornal O Globo, a reunião foi mantida em segredo pelo Palácio do Planalto, entretanto, foi divulgada após o tweet de Maduro dando boas-vindas a Amorim.
A viagem de Amorim surpreendeu até mesmo integrantes do Itamaraty, embora o chanceler, Mauro Vieira, tivesse sido informado, segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores citadas pela mídia.
Ainda segundo o jornal, o assessor especial foi até Caracas ter uma primeira conversa sobre a situação política no país, a importância das eleições presidenciais de 2024, além de temas da relação bilateral, entre eles a dívida que o país tem com o Brasil, de cerca de US$ 1 bilhão (RS 5,4 bilhões), dos quais 80% são com o BNDES.
Uma parcela desta dívida, de em torno de US$ 100 milhões (R$ 513 milhões), vence em breve, e o governo Lula vem discutindo internamente como lidar com a questão.
Além da dívida, a eleição no ano que vem na Venezuela também é alvo de interesse do governo. Segundo a mídia, as eleições de 2024 são vistas como uma oportunidade que não pode ser perdida em termos de recomposição da democracia venezuelana.
Visita do então ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, e o então chanceler Celso Amorim recebe Maduro em Brasília, 10 de dezmebro de 2009
© Foto / Gustavo Ferreira / MRE do Brasil
Se o chavismo perder, a expectativa do Brasil é de que o poder seja entregue ao vencedor legítimo do pleito, sem sobressaltos.
Na véspera do encontro com o assessor presidencial brasileiro, Maduro se reuniu com o chanceler da Colômbia, Álvaro Leyva, também em Caracas.
Na Venezuela, a sensação entre fontes locais ouvidas pelo jornal é de que os governos de Gustavo Petro e Lula querem contribuir para que a situação política venezuelana se normalize e estabilize.