Mais informações são divulgadas pela mídia sobre a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China. Além de embarcar com uma comitiva grande formada por senadores, deputados e empresários, o governo brasileiro está indo a Pequim para expandir outras parcerias em outros setores além da exportação de grãos e carne.
Lula visitará a gigante tecnológica Huawei. O momento acontecerá por um convite da empresa chinesa, segundo confirmaram fontes ligadas a ela que foi aceito pelo governo brasileiro, de acordo com o jornal O Globo.
A Huawei está presente há mais de 20 anos no Brasil, mas fora do país vem sendo banida e sancionada no Ocidente, principalmente pelos Estados Unidos. A visita de Lula à empresa após ter ido à Casa Branca em janeiro é uma demonstração do presidente de que tratará com importância ambas as potências.
Para o professor de Relações Internacionais, Eduardo Viola, ouvido pelo jornal a ida de Lula é uma "provocação": "Visitar a Huawei pode gerar uma percepção negativa nos EUA, no governo Biden e no Congresso americano. Acho uma provocação desnecessária", afirmou.
"O Brasil precisa ser cuidadoso [...]", disse ele, lembrando que EUA e países europeus foram "decisivos na defesa da democracia brasileira".
Já o pesquisador da Universidade Harvard, Hussein Kalout, discorda de Viola e diz que "o Brasil não pode cair na armadilha de uma escolha binária".
"O Brasil é independente para perseguir seus interesses com quaisquer atores que julgar apropriados para o interesse nacional", declarou Kalout entrevistado pela mídia.
O bloqueio mundial à Hauwei é bem valorizado pelo governo Biden. Em agosto de 2021, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, em visita a Brasília, chegou a pressionar o governo brasileiro a vetar a Huawei no leilão da tecnologia 5G no país usando a OTAN como argumento.
Ao mesmo tempo, para o encontro entre Lula e Xi Jinping, está sendo preparado um acordo que prevê a ativação do fundo de R$ 20 bilhões do Banco de Desenvolvimento da China — um acordo com o BNDES de 2015 que nunca saiu do papel, relata a mídia.
Pequim trabalha intensamente para elaborar uma lista que poderia chegar a 30 acordos bilaterais. Além do citado, há as tratativas sobre a fábrica da Ford na Bahia, entrada do Brasil na lista de países prioritários ao turismo na China e o desenvolvimento da 6ª geração de satélite sino-brasileiro CBERS 6, conforme noticiado.