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Lula na China: presidente aceita convite da Huawei para visita e tentará negociar fundo bilionário

Presidente aceita convite de uma das empresas chinesas mais sancionada pelos EUA, analistas apontam que ação pode ser vista como uma provocação por Washington. Lula também tentará desbloquear fundo de R$ 20 bilhões com Pequim.
Sputnik
Mais informações são divulgadas pela mídia sobre a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China. Além de embarcar com uma comitiva grande formada por senadores, deputados e empresários, o governo brasileiro está indo a Pequim para expandir outras parcerias em outros setores além da exportação de grãos e carne.
Lula visitará a gigante tecnológica Huawei. O momento acontecerá por um convite da empresa chinesa, segundo confirmaram fontes ligadas a ela que foi aceito pelo governo brasileiro, de acordo com o jornal O Globo.
A Huawei está presente há mais de 20 anos no Brasil, mas fora do país vem sendo banida e sancionada no Ocidente, principalmente pelos Estados Unidos. A visita de Lula à empresa após ter ido à Casa Branca em janeiro é uma demonstração do presidente de que tratará com importância ambas as potências.
Para o professor de Relações Internacionais, Eduardo Viola, ouvido pelo jornal a ida de Lula é uma "provocação": "Visitar a Huawei pode gerar uma percepção negativa nos EUA, no governo Biden e no Congresso americano. Acho uma provocação desnecessária", afirmou.
"O Brasil precisa ser cuidadoso [...]", disse ele, lembrando que EUA e países europeus foram "decisivos na defesa da democracia brasileira".
Já o pesquisador da Universidade Harvard, Hussein Kalout, discorda de Viola e diz que "o Brasil não pode cair na armadilha de uma escolha binária".
"O Brasil é independente para perseguir seus interesses com quaisquer atores que julgar apropriados para o interesse nacional", declarou Kalout entrevistado pela mídia.
O bloqueio mundial à Hauwei é bem valorizado pelo governo Biden. Em agosto de 2021, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, em visita a Brasília, chegou a pressionar o governo brasileiro a vetar a Huawei no leilão da tecnologia 5G no país usando a OTAN como argumento.
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Ao mesmo tempo, para o encontro entre Lula e Xi Jinping, está sendo preparado um acordo que prevê a ativação do fundo de R$ 20 bilhões do Banco de Desenvolvimento da China — um acordo com o BNDES de 2015 que nunca saiu do papel, relata a mídia.
Pequim trabalha intensamente para elaborar uma lista que poderia chegar a 30 acordos bilaterais. Além do citado, há as tratativas sobre a fábrica da Ford na Bahia, entrada do Brasil na lista de países prioritários ao turismo na China e o desenvolvimento da 6ª geração de satélite sino-brasileiro CBERS 6, conforme noticiado.
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