No começo deste mês, o comandante do Exército general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, determinou que este ano não haveria leitura da Ordem do Dia alusiva a hoje, 31 de março, aniversário do golpe militar no Brasil, uma vez que julga que "o normal era não existir" a leitura, conforme noticiado.
Agora, o comandante afirmou a interlocutores que não só está vetada a ação como a força punirá oficiais que comemorarem o aniversário do golpe militar ou participarem de eventos organizados por militares da reserva, segundo a Folha de São Paulo.
De acordo com relatos feitos à mídia, a orientação foi repassada a oficiais-generais. A principal preocupação está com os movimentos entre reservistas no Rio de Janeiro, uma vez que o Clube Militar promove o evento "Movimento Democrático de 1964", com ingresso a R$ 90 para um almoço e restrito a sócios e convidados.
O evento conta muitas vezes com a presença de oficiais da ativa, especialmente pelo fato de reservistas terem familiares em atividade na força.
A Ordem do Dia relativa à comemoração da data não é lida desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), mas a celebração foi retomada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já no seu primeiro ano de governo, em 2019.
A Ordem do Dia relativa à comemoração da data não é lida desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), mas a celebração foi retomada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já no seu primeiro ano de governo, em 2019.
A iniciativa de punir quem comemorar a data não acontece necessariamente por orientação do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, a Tomás Paiva, mas o plano de ignorar a data sim, o qual também foi acertado com Marcos Olsen (Marinha) e Marcelo Damasceno (Aeronáutica), em conversas informais, segundo a mídia.
A pasta também confirmou ao jornal que não emitirá notas sobre o dia. "O ministério não divulgará nenhum comunicado ou ordem do dia sobre a data", disse a assessoria.
Ao mesmo tempo, ignorar a data e reforçar uma possível punição também foi uma forma encontrada pela Defesa para evitar desgaste com o Palácio do Planalto, já que o atual líder, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esteve em recente grande tensão com as Forças Armadas após as invasões do dia 8 de janeiro em Brasília.
O período da ditadura no Brasil aconteceu de 1964 a 1985 e teve como resultado mais de 20 mil casos envolvendo tortura, mortes e desaparecimento.
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