Panorama internacional

Ucrânia rebate Lula e diz que não abandonará ideia de tomar a Crimeia

De acordo com a diplomacia ucraniana, "não há razão legal, política ou moral para justificar o abandono de um único centímetro do território ucraniano". Resposta vem após Lula sugerir que Crimeia deveria ficar como está, com os russos.
Sputnik
Nesta sexta-feira (7), o governo ucraniano, através do porta-voz de sua chancelaria Oleg Nikolenko, rebateu as falas do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva emitidas sobre o conflito entre Ucrânia e Rússia ontem (6), e disse que Kiev não desistirá da Crimeia em troca do fim do conflito.
"Não há razão legal, política ou moral para justificar o abandono de um único centímetro do território ucraniano", escreveu Nikolenko, acrescentando que, no entanto, apreciou "os esforços do presidente brasileiro para encontrar uma maneira de deter agressão russa".

"Qualquer esforço de mediação para restaurar a paz na Ucrânia deve ser baseado no respeito pela soberania total e integridade territorial da Ucrânia, de acordo com os princípios da Carta das Nações Unidas", afirmou o diplomata segundo o jornal O Globo.

Na quinta-feira (6), em declarações a jornalistas no Palácio do Planalto, Lula sugeriu que a Ucrânia cedesse a península da Crimeia à Rússia para facilitar o fim do conflito, e afirmou que o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, "não pode querer tudo".
Notícias do Brasil
Lula: EUA e UE 'entraram' no conflito Moscou-Kiev de imediato e não usaram tempo para negociar paz
Como vem sendo bastante divulgado, o Brasil criou no final de janeiro uma proposta para um clube da paz, que seria composto por países que não estão diretamente envolvidos na situação, e que querem ajudar nas negociações para cessar-fogo. Lula levará a proposta à China, quando embarcará para Pequim no dia 11.
O assessor especial internacional da presidência da República, embaixador Celso Amorim, esteve na semana passada em Moscou e se encontrou com o presidente Vladimir Putin. No dia 17, Brasília receberá a visita do chanceler russo, Sergei Lavrov.
Comentar