Operação militar especial russa

Especialista: Ucrânia tenta desviar atenção da contraofensiva com ataque de drones a Kremlin

O ataque com drones ao Kremlin é uma tentativa da Ucrânia de desviar a atenção da próxima ofensiva, assim como ataques a trilhos de trem ou a depósitos de combustível, disse Xavier Moreau, especialista em geopolítica europeia do Centro de Análise Política e Estratégica StratPol, à Sputnik na quinta-feira (4).
Sputnik

"O ataque de drones de Kiev, assim como os ataques a trilhos de trem ou depósitos de combustível, é sem dúvida uma distração da próxima ofensiva que o Exército ucraniano está preparando. Também tem a intenção de elevar o moral e convencer os membros da OTAN da eficácia de combate da Forças Armadas ucranianas", disse ele.

Na opinião de Moreau, foi "um evento espetacular sem nenhum benefício prático", que, no entanto, deveria acontecer mais cedo ou mais tarde.
Operação militar especial russa
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Kiev, que nega seu envolvimento no ataque, quer retratar o ocorrido como uma provocação organizada pela Rússia, o que serviria como justificação para bombardear a capital ucraniana, acrescentou.

"Isso é tão ridículo quanto a sugestão de que a Rússia minou seus próprios gasodutos Nord Stream [Corrente do Norte] no fundo do mar Báltico. Graças ao respeitado jornalista americano Seymour Hersh, sabemos que os Estados Unidos estavam por trás da explosão na época", disse o interlocutor da agência.

Falando sobre a possibilidade de um ataque retaliatório à residência de Zelensky, o especialista sugeriu que um ataque às instalações do governo em Kiev seria improvável.

"A Rússia não fará de Zelensky um mártir lançando uma bomba em sua residência. A resposta da Rússia será inevitável, mas é impossível prever qual vai ser. Não acredito que Zelensky vá ser um alvo", acredita Moreau.

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O especialista acrescentou que os ataques da Rússia a Kiev se limitaram a alvos militares, enquanto as raras quedas de bombas e detritos em objetos civis foram resultado de erros da defesa antiaérea ucraniana.
Segundo ele, os drones podem ser transportados clandestinamente para perto de qualquer instalação, portanto, a possibilidade de novos ataques não deve ser descartada, mas o especialista duvida que eles ocorram.
Em sua opinião, a escala da sabotagem ucraniana não é comparável ao dano causado pelas munições russas que atingem os depósitos de munição e tropas ucranianos.
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Em 3 de maio, o serviço de imprensa do Kremlin informou que a Ucrânia tentou atacar com dois drones a residência do presidente Vladimir Putin no Kremlin.
Os militares e os serviços de segurança conseguiram desativá-los usando sistemas de controle de radar. O chefe de Estado não foi ferido na tentativa de ataque, uma vez que não estava no Kremlin, e sua agenda de trabalho permaneceu inalterada.
O Kremlin classificou o ataque à residência do presidente como um ato de terrorismo e um atentado contra sua vida, enfatizando que Moscou se reserva o direito de retaliar onde e quando achar necessário.
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