O Departamento de Energia e duas empresas pretendem dividir os custos do Experimento de Reator de Cloreto Derretido (MCRE, na sigla em inglês) no Laboratório Nacional de Idaho e usar mais 600 quilos de combustível contendo 93% de urânio enriquecido, segundo a Reuters.
Entretanto, na visão dos ex-funcionários, a ação poderia dar a outros países uma desculpa para enriquecer urânio ao nível de bomba em busca de novos reatores.
Em uma carta enviada ao departamento, os especialistas afirmam que "o dano à segurança nacional pode ultrapassar qualquer benefício potencial dessa tecnologia energética altamente especulativa".
A mídia afirma que os ex-funcionários temem que um aumento em tais experimentos eleve os riscos de que militantes, os quais buscam criar uma arma nuclear, possam se apossar do urânio.
"É chocante que o Departamento de Energia, mesmo sem notificar o público, possa minar uma política bipartidária dos EUA de décadas para impedir a disseminação de armas nucleares", disse Alan Kuperman, professor da Escola LBJ de Assuntos Públicos da Universidade do Texas e um dos organizadores da carta.
Como alternativa, os especialistas indicaram que o projeto do MCRE pode ser convertido para operar com urânio de baixo enriquecimento, incorrendo em um atraso e aumentando alguns custos, mas outros custos podem ser economizados em segurança, disseram os ex-funcionários no documento.
O Departamento de Energia disse que o urânio altamente enriquecido é necessário para manter pequeno o tamanho do reator experimental. Se fosse usado urânio com até 20% de pureza, o núcleo do reator precisaria ser cerca de três vezes mais alto, três vezes mais largo e conter 40 vezes o volume de sal combustível, afirmou. Assim que o experimento terminar, o reator será desativado e removido, afirmou.
Enquanto isso, no âmbito do acordo nuclear e das declarações da chancelaria americana, Washington pressiona o Irã para interromper seu programa nuclear.
Mesmo tendo se retirado do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) em 2018 sob o governo Trump, e das consecutivas tentativas de revivá-lo agora sob o governo Biden, Washington e Teerã não conseguiram chegar a um ponto comum.