Desde a escalada do conflito ucraniano em fevereiro de 2022, a UE parece estar bastante satisfeita em seguir o exemplo dos Estados Unidos, fornecendo generosamente fundos e armas a Kiev, ao mesmo tempo que desencadeia uma enxurrada de
sanções econômicas contra a Rússia.
No entanto, embora os Estados Unidos tenham desfrutado de uma influência considerável na Europa Ocidental praticamente desde o fim da Segunda Guerra Mundial, que se estendeu à Europa Oriental após a queda da União Soviética, a ex-ministra argumentou que essa influência não deveria ser superestimada.
Falando à Sputnik no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF, na sigla em inglês), Kneissl apontou que a Comissão Europeia, o poder executivo da UE, exerce um "poder tremendo" no bloco e que as moções para impor sanções econômicas à Rússia já existiam no Parlamento Europeu antes de fevereiro de 2022.
Quando perguntada se os líderes europeus teriam imposto sanções contra a Rússia, mesmo que a Casa Branca não os pedisse, Kneissl respondeu: "Sem dúvida!"
Sobre o papel da Comissão Europeia na UE, Kneissl explicou que as decisões do bloco em matéria de política externa e de defesa são tomadas por consenso.
Kneissl acrescentou que "esta comissão mudou ao longo dos anos" e que, embora fale com potências europeias como Berlim ou Paris, "
outras capitais muito menores não fazem realmente parte da tomada de decisão".
A ex-ministra das Relações Exteriores também observou como um dos Estados-membros da UE, a Polônia, ganhou bastante influência no bloco nos últimos anos, com o país "se tornando cada vez mais uma potência regional por causa de sua posição muito franca em relação à Ucrânia".
Keissl argumentou que um "espírito transatlântico muito forte" permeia "todos os círculos poloneses", o que provavelmente decorre do "papel que as famílias polonesas desempenharam na revolução de 1776 nos Estados Unidos" e que, com o conflito em curso na Ucrânia e a "tremenda, narrativa
política muito agressiva e expansionista que você tem na Polônia" hoje, as ambições de Varsóvia parecem bastante "altas".
"Não posso dizer se essas ambições vão funcionar ou se a Polônia, como tantas vezes na história, terá um final mais acidental", refletiu.