Panorama internacional

UE e EUA montam reunião com países do Sul Global para pressionar 'neutralidade'; Brasil comparecerá

Em cúpula com nomes de peso como o norte-americano Jake Sullivan, Washington e o bloco europeu tentam cortejar países que ainda optam pela neutralidade diante do conflito Rússia-Ucrânia. A intenção também é discutir plano de paz ucraniano.
Sputnik
Em uma reunião que acontecerá neste final de semana na Dinamarca, altos funcionários dos Estados Unidos e da União Europeia se reunirão com diplomatas de vários países do Sul Global em um esforço para envolver as principais nações que permaneceram neutras diante da operação russa na Ucrânia.
Entre as autoridades, estarão o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, a chefe de gabinete da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e um alto funcionário ucraniano, segundo pessoas familiarizadas com o assunto citadas pela Bloomberg.
A mídia afirma que, embora a reunião não deva ter uma agenda formal, um dos principais objetivos do encontro será discutir a fórmula de paz de Vladimir Zelensky e o esforço do presidente ucraniano para realizar uma cúpula global sobre as propostas, conhecida como Cúpula da Paz.
Kiev tem pressionado para realizar uma reunião global sobre o plano de paz, mas os principais aliados relutam em definir uma data firme sem uma adesão mais ampla de outros países, afirma a mídia.
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O Brasil já confirmou presença e será representado pelo principal assessor diplomático do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, segundo uma fonte que pediu para não ser identificada porque os planos são privados.
Já a China ainda não confirmou se comparecerá e a lista completa de participantes não foi finalizada, entretanto, África do Sul e Índia estão confirmados.
A reunião no país europeu seria uma extensão dos objetivos ucranianos no G7 realizado em maio no Japão, quando Zelensky decidiu ir à cúpula em uma tentativa de estabelecer diálogo com nações neutras ao conflito como Índia e Brasil.
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Apesar presidente ucraniano ter se reunido com o líder indiano Narendra Modi, ainda assim, Nova Deli e outros países do BRICS não aderiram às sanções da UE e dos EUA contra Moscou. Alguns forneceram ao presidente Vladimir Putin níveis variados de apoio e permaneceram neutros.
Ainda no G7, houve um mal-estar grande entre Lula e o líder ucraniano, visto que a delegação brasileira esperou por Zelensky na hora marcada, mas ele não apareceu.
Depois, Zelensky disse que a reunião não ocorreu por "falta de interesse do Brasil". Entretanto, o Itamaraty lançou nota dizendo que ofereceu três horários diferentes a Kiev para o encontro, conforme noticiado.
A reunião na Dinamarca ocorre no momento em que a contraofensiva ucraniana teve um progresso inicial lento, como o próprio Zelensky verbalizou nesta semana.
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