No entanto, declarações de funcionários norte-americanos da Defesa indicam o contrário, destacou a mídia.
Um dos representantes do Pentágono, Patrick Ryder, ressaltou que as munições convencionais melhoradas de duplo propósito (DPICM, na sigla em inglês) que Washington vai fornecer a Kiev têm uma taxa de não detonação inferior a 2,35%.
Por sua vez, o subsecretário do Departamento de Defesa para Assuntos Políticos, Colin Kahl, observou que esta taxa foi obtida e verificada durante "cinco testes exaustivos" realizados pelos militares norte-americanos entre 1998 e 2020.
Outro funcionário da Defesa americana informou que os últimos testes de fogo real relativos à confiabilidade das munições de fragmentação foram do modelo M864 e ocorreram em 2020, no Arizona.
Este é um projétil de artilharia de 155 milímetros que, ao ser disparado, é capaz de voar até 30 quilômetros até se abrir em pleno voo, espalhando 72 minibombas sobre uma área maior que um campo de futebol.
"Os projéteis enviados a Kiev podem voar mais longe do que as versões anteriores, porém possuem as mesmas granadas, cuja porcentagem de falha é inaceitavelmente alta para o Pentágono", relatou o NYT.
É de salientar que a porcentagem de falha, ou seja, não detonação, significa que essas minibombas permanecerão ativas no local e poderão explodir posteriormente à passagem de civis, inclusive crianças.
Um relatório divulgado em 2002 indica que as munições americanas usadas na guerra do Golfo tiveram uma taxa de não detonação superior a 14%, e apesar de ser um número alto, este pode ser ainda maior, visto que o Pentágono não revela os números reais.
Devido ao risco que estas armas representam para os civis, 123 países adotaram em 2008 uma convenção que proíbe a utilização de munições de fragmentação, visto que é estimado que mais da metade das vítimas dessas munições sejam civis.