De acordo com o G1, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ouvido na sede da PF em Brasília por pouco mais de duas horas no inquérito que apura um suposto plano, denunciado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), para dar um golpe de Estado.
O senador acusou o ex-presidente e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) de organizarem uma reunião, quando Jair Bolsonaro ainda era presidente, para propor a participação em um plano para um suposto golpe de Estado.
Do Val, que anunciou a trama em fevereiro deste ano, afirmou que esperava tratar somente dos acampamentos com intenções pró-golpe mobilizados em apoio ao então presidente, mas segundo ele, a reunião teria tratado de sua participação em um plano que envolvia a tentativa de gravar uma conversa com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a fim de obter provas que pudessem levar à anulação do resultado das eleições presidenciais de 2022.
Desde então, o senador apresentou diversas versões contraditórias do fato que foram amplamente veiculadas na imprensa.
Segundo apuração do G1, o senador teria indicado que Bolsonaro havia colocado o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) à disposição para a entrega de escutas. Pouco tempo depois, ele atribuiu a fala a Daniel Silveira.
O senador também disse que Bolsonaro indicou concordar com a ideia. Em outro momento, retirou a informação.
Ao falar com a imprensa na saída de seu depoimento, Jair Bolsonaro, que já tinha afirmado anteriormente que o caso era "coisa de maluco", declarou que "não aconteceu nada".
"Nada aconteceu no dia 8 de dezembro [se referindo à reunião com Marcos do Val e Daniel Silveira]. Eu não tinha vínculo com Do Val, talvez fotografia. Não tinha nenhum plano, nada tratado naquela reunião de 20 minutos pra gravar Moraes", justificou o ex-presidente ainda sem explicar o que teria ocorrido na reunião com os parlamentares. Quando perguntado se ele tinha arrependimentos de ter se reunido com o senador, Bolsonaro afirmou "eu recebo todo mundo".
Esse foi o quarto depoimento prestado por Bolsonaro à PF desde que deixou o Planalto.