No entanto, Zelensky insiste em dizer que as propostas de Lula "não trazem a paz de forma alguma" e que "só [o presidente russo Vladimir] Putin e [Luiz Inácio] Lula da Silva falam sobre a segurança da Rússia e as garantias que devem ser oferecidas para a segurança da Rússia". Tudo isso apesar de o presidente brasileiro ter repetido que é preciso levar em conta os dois lados.
Relacionamento tenso
"O Brasil não tem interesse em abrir mão de munição [...]. O Brasil é um país de paz. Nesse momento, precisamos encontrar quem quer a paz, palavra que até agora foi muito pouco utilizada", escreveu Lula em suas redes sociais na época.
"O fato é muito simples, tinha uma bilateral com a Ucrânia aqui neste salão. Nós esperamos e recebemos a informação de que eles tinham atrasado. Enquanto isso, eu recebi o presidente do Vietnã. Quando o presidente do Vietnã foi embora, a Ucrânia não apareceu. Certamente teve outro compromisso e não pôde vir aqui. Foi simplesmente isso o que aconteceu", explicou Lula na época.
"A posição do presidente Lula mostra que o Brasil é neutro e não toma partido de nenhum dos lados. Seu governo vê o conflito de fora. Diante disso, o presidente Zelensky busca apoio [...], mas a estratégia diplomática de Lula lhe parece muito morna para atuar como mediador na negociação", diz García Contreras.
A arte da diplomacia
O peso da opinião pública
"O Brasil tem se aproximado da Europa e mais recentemente de economias não tradicionais e de países da região como China e Rússia graças ao bloco BRICS. Isso tem permitido que ele se conduza em diferentes fóruns internacionais e mantenha sua independência. Insisto que um país determinar qual é a sua posição sem ceder às pressões de outro é manter a sua independência", assinala García Contreras.