De acordo com ele, mesmo que o dólar permaneça uma importante moeda global, já não se pode confiar nele.
O economista brasileiro afirmou que as instituições financeiras lideradas pelos EUA não estão atendendo às necessidades dos países em desenvolvimento. Ele apontou a "crescente insatisfação" entre as economias de mercados emergentes com a forma como as instituições existentes baseadas no dólar, como o FMI e o Banco Mundial, trabalham.
"Permanecemos no FMI, permanecemos no Banco Mundial, estamos participando, mas decidimos criar nossa própria via porque o mundo está se tornando cada vez mais multipolar e as instituições de Washington não respondem a isso", disse Batista referindo-se ao BRICS.
O economista observou que o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) foi criado por e para economias emergentes sem a participação de países avançados, afirmando que é mais "orientado para o Sul Global do que o Banco Mundial pode alguma vez estar".
Falando sobre as perspectivas de desdolarização, ele disse que o dólar permanecerá "uma moeda muito importante", mas o fato de que os EUA têm usado o dólar como arma para atacar países considerados hostis ao Ocidente reduziu a confiança nele.
"Quando os EUA fazem o que fazem tirando partido de seu papel de emissor da moeda dominante, outros países permanecem na incerteza se podem continuar usando o dólar como têm estado usando", alertou o ex-diretor-executivo do FMI.
Batista insistiu que o mundo multipolar levaria à redução do papel das moedas ocidentais. "Isso acelerou com o uso do dólar para fins políticos, para fins geopolíticos, principalmente agora contra a Rússia", concluiu o economista.