Nesta terça-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a posição individual dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e os votos de cada magistrado não sejam divulgados. Na visão de Lula, a medida evitaria "animosidade" contra as instituições.
"Esse país precisa aprender a respeitar as instituições. Não cabe ao presidente da República gostar ou não de uma decisão da Suprema Corte. A Suprema Corte decide, a gente cumpre. É assim que é. Eu, aliás, se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte: a sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte. Sabe, eu acho que o cara tem que votar, e ninguém precisa saber […]", afirmou Lula citado pelo G1.
O mandatário ainda acrescentou que esse sistema ajudaria a não "criar animosidade" e se esse "não é o jeito de a gente mudar o que está acontecendo no Brasil. Porque do jeito que vai, daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, não pode mais passear com a sua família, sabe, porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele", prosseguiu.
Fato que já aconteceu, por exemplo o ataque sofrido pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, em julho quando foi chamado de "bandido, comunista e comprado" e seu filho, empurrado por agressores quando o magistrado estava em Roma.
A mídia relata que Lula não chegou a defender expressamente que a votação seja secreta ou que as sessões deixem de ser transmitidas pela TV Justiça, por exemplo. E não explicou como seria esse novo modelo para que a sociedade "não soubesse" dos votos de cada magistrado.
Nas últimas semanas, o ministro Cristiano Zanin, indicado por Lula, passou a ser pressionado nas redes sociais por ter dado votos supostamente conservadores em temas como a descriminalização da maconha e a penalização da LGBTQIA+fobia.