"Boa parte do mercado já trabalhava com projeções em torno de 2,5%. Só o que chamamos de 'arrasto estatístico' já projeta esse crescimento para o fim do ano. Então é bem provável que ele aconteça. Tendo em vista o cenário que vínhamos acompanhando, de baixo crescimento da economia brasileira, principalmente em termos de comparação internacional, a projeção de 3,2% causa alento."
Agronegócio
"O agro continua surpreendendo, continua crescendo em produtividade. No segundo trimestre, a quantidade de produção não caiu, mas, sim, o preço médio das commodities [registrou queda]. A participação dele no segundo trimestre foi menor, mas ainda é compatível com o crescimento, vai impulsionar a economia brasileira por mais tempo, tem ainda produtividade em área plantada, em nível de exportação, e a tendência é que o preço não caia, mas se mantenha."
Consumo das famílias e serviços
"Isso está relacionado à reestruturação de algumas transferências de renda, uma trégua da alta no preço dos alimentos, que possibilitaram maior renda para as famílias. Tudo isso tem ajudado também a aquecer o mercado interno e os serviços pessoais", avalia o professor da Unicamp.
Indústria e construção civil
Projeção PIB 2024
"Pode significar um ajuste fiscal pelo lado dos gastos, e não pela reestruturação das receitas, que é o que o governo vem perseguindo. Isso pode significar maior contração fiscal e menor disponibilidade de renda, e tudo isso pode causar uma certa frustração na expectativa de crescimento para 2024."
"Vemos números melhores tanto de inflação quanto de crescimento, expectativa das famílias... Tudo isso justifica uma melhora do cenário, mas o governo ainda vive em crise institucional. A reforma tributária ainda é o objetivo, mas não andou. Os estouros de gastos ainda estão crescentes. Apesar de o governo ter sinalizado, pelo menos, com um compromisso de manutenção de gasto, a expectativa não é ainda de calmaria."