Panorama internacional

Senadores republicanos querem teto anual para ajuda americana à Ucrânia

Diante de um cenário interno repleto de desafios, como a inflação nas alturas e a dívida pública que já ultrapassa US$ 33 trilhões (R$ 166,1 trilhões), os senadores republicanos começam a defender um teto para a ajuda anual à Ucrânia. O objetivo do pacote é financiar o país em conflito até a eleição presidencial americana, em novembro de 2024.
Sputnik
Além disso, a medida evita a necessidade de repetidas votações no Congresso para aprovar ajuda financeira ao regime de Vladimir Zelensky. Inclusive esse é um dos motivos que têm travado a apreciação do projeto que permite ao governo federal elevar os gastos previstos para o ano fiscal, diante da queda da arrecadação, que só em agosto foi 4,1% menor, e do aumento de despesas. Sem a aprovação, até 1º de outubro, as atividades cotidianas da administração de Joe Biden podem ficar paralisadas, inclusive o pagamento de salários aos funcionários federais.
O pacote custaria aos cofres públicos entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões no período (de R$ 302 bilhões a R$ 402 bilhões), em votação única no próximo mês, conforme relatado pelo Punchbowl News. Só em agosto, Biden solicitou ao Congresso americano a liberação de mais US$ 13 bilhões (R$ 65,4 bilhões) em ajuda à Ucrânia. Porém, enquanto o presidente americano fala em financiamento pelo "tempo que for necessário", autoridades americanas já alertam Kiev de que há limite para a paciência da população do país e dos parlamentares.
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Uma votação a cada três meses

Um relatório do presidente do Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara dos EUA, Michael McCaul, apontou que os parlamentares americanos têm votado financiamentos ao conflito ucraniano a cada três meses.
Com o teto, também há possibilidade de romper o impasse atual entre a Câmara dos Representantes, de maioria republicana, e o Senado, que é de maioria democrata, com relação ao financiamento provisório para evitar a paralisação do governo dos EUA — isso ainda retira as discussões sobre a Ucrânia da mesa.

'Cansaço' com o conflito

Ao contrário de outras situações em que esteve nos Estados Unidos, o presidente Vladimir Zelensky não foi recebido com tanta pompa em sua última ida ao Congresso, sob a justificativa, por parte dos parlamentares, de que "simplesmente não tinham tempo". Pesquisas também apontam um "cansaço" do público norte-americano com o conflito, que já dura 18 meses e consumiu bilhões de dólares dos cofres públicos.
O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, ainda negou o pedido de Zelensky para discursar em uma reunião conjunta do Congresso.
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