Pela primeira vez, desde o começo do governo Lula, a administração liberou mais de R$ 1,3 bilhão em órgãos sob a influência do Centrão, usando projetos de lei para aumentar o volume de recursos direcionados sem transparência por deputados e senadores a obras e compras de equipamentos em seus redutos eleitorais.
De acordo com o UOL, os projetos de lei que direcionaram recursos extras a órgãos sob controle do Centrão foram elaborados pelo governo Lula para atender a demandas de parlamentares negociadas sem conhecimento público, segundo fontes do Congresso e do governo.
A estratégia é a mesma feita pela gestão de Jair Bolsonaro, o qual lançou mão de recursos para driblar vetos do Supremo Tribunal Federal (STF) ao orçamento secreto. Com isso, o governo Bolsonaro engordou os cofres do Ministério da Defesa, por exemplo, que distribuiu R$ 1 bilhão a 24 parlamentares nos anos de 2021 e 2022.
Os trâmites começaram em agosto em meio a votações importantes como a reforma tributária e o arcabouço fiscal. Logo após a Câmara aprovar o arcabouço, em 22 de agosto, três ministérios (Integração e Desenvolvimento Regional, Defesa e Agricultura) pediram R$ 760 milhões para turbinar os órgãos sob influência do centrão nos dias 23 e 24, segundo a mídia.
Deputados brasileiros que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro protestam contra o presidente brasileiro Lula da Silva durante a cerimônia de posse dos novos deputados brasileiros no plenário da Câmara dos Deputados no Congresso Nacional, em Brasília, em 1º de fevereiro de 2023
© AFP 2023 / Sergio Lima
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lida com um Congresso resistente que, em sua maioria, é composto pela oposição, e vem enfrentando grande dificuldades para ter pautas aprovadas. A ampliação dos recursos distribuídos aos parlamentares ocorre em um momento em que o governo conseguiu ampliar sua base no Congresso e finalmente aprovou uma série de medidas econômicas tidas como essenciais.