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Relatora da CPI dos atos de 8 de janeiro pede indiciamento de Bolsonaro

Eliziane Gama apresentou relatório pedindo o indiciamento de 61 pessoas, entre elas Jair Bolsonaro, a deputada Carla Zambelli e ex-integrantes da ala militar do governo do ex-presidente.
Sputnik
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) apresentou, nesta terça-feira (17), o relatório da CPI dos atos de 8 de janeiro. Com 1.333 páginas, o documento pede o indiciamento de 61 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos crimes de associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
De acordo com a senadora, o documento é fruto das oitivas e centenas de depoimentos colhidos ao longo de cinco meses de trabalho da comissão. Ao apresentar o relatório, Eliziane Gama afirmou que "os golpes modernos, à esquerda e à direita, não usam tanques, cabos ou soldados".
"O golpe deve fazer uso controlado da violência. É preciso, sobretudo, que o golpe não pareça golpe", disse a senadora.
Ela acrescentou que no caso dos atos de 8 de janeiro, foi colocada em curso "uma guerra psicológica, à base de mentiras, de campanhas difamatórias, da disseminação do medo e da fabricação do ódio".
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"É tanta repetição, repetição, repetição, potencializada pelas redes sociais, pelo ecossistema digital, que muitos perdem o parâmetro da realidade. O golpe avança pela apropriação dos símbolos nacionais. O golpe continua pelas tentativas de captura ideológica das forças de segurança. Por isso é importante atacar as instituições, descredibilizar o processo eleitoral", disse a senadora ao apresentar o relatório.
No texto do documento, Eliziane afirma que os atos de 8 de janeiro tinham como objetivo não uma manifestação pacífica, mas a depredação.
"O oito de janeiro também não foi um movimento 'ordeiro e pacífico' que degenerou em violência: o tom virulento das convocações, a proibição da participação de crianças e idosos, os planos de sabotagem de infraestrutura, e as técnicas utilizadas e o material encontrado com os manifestantes provam que a depredação não foi um acidente de percurso, mas o próprio objetivo da mobilização", escreveu a senadora.
Além de Bolsonaro, constam entre os indiciados os ex-integrantes da ala militar do governo Bolsonaro Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa) e Luiz Eduardo Ramos (ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência); a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP); o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques; Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro) e Anderson Torres (ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal).
O presidente da comissão, o deputado federal Arthur Maia (União-BA), marcou a votação do parecer da relatora para a próxima quarta-feira (18).
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