Panorama internacional

Noruega engrossa lista de países dispostos a pagar refugiados para voltarem à Ucrânia

Milhões de ucranianos migraram para a Europa Ocidental no ano passado. O dilema entre governantes nacionais e setores sociais se intensificou: enquanto alguns líderes continuam a prometer apoiar Kiev "durante o tempo que for necessário", outro grupo está disposto a "se livrar" de refugiados.
Sputnik
Agora a Noruega começou a agir para desinchar o número de refugiados em solo nacional.
Oslo, capital do país, introduziu um esquema pensado para fazer com que alguns dos cerca de 51 mil refugiados ucranianos que vivem na Noruega regressem à Ucrânia: oferecer pagamentos em dinheiro de quase 1,5 mil euros [R$ 8 mil].
O plano, cujos detalhes apareceram no site oficial do gabinete de ministros noruegueses, promete 17.500 coroas norueguesas [R$ 7.965] às pessoas "a quem foi concedida, sob fortes considerações humanitárias, residência e/ou proteção coletiva" e que decidam regressar ao seu país.
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Àqueles que solicitarem o pagamento, um itinerário da viagem deve ser esquematizado e cópias de passagens de avião, trem, ônibus ou outro meio de transporte precisam ser enviadas ao governo da Noruega.
Se for o caso de utilizar um veículo particular, os ucranianos aderentes também podem preencher um formulário.
Os requerentes também são avisados ​​de que poderão perder a sua autorização de residência ou o seu status de refugiados se regressarem à Ucrânia, e aqueles que pretenderem, no futuro, regressar à Noruega, terão de reembolsar "a totalidade ou parte do apoio monetário" recebido quando partiram.
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Tal reembolso pode variar. Ele será desconsiderado se a volta ocorrer após 24 meses; de 5 mil coroas norueguesas (R$ 2.276) para os regressos dentro de 18 a 24 meses; de 10 mil coroas norueguesas (R$ 4.552) para aqueles que retornarem entre 13 e 18 meses; e 15 mil coroas norueguesas (R$ 6.824) em prazo anterior a 12 meses.
A Noruega agora é o último país da Europa a oferecer um incentivo monetário a cidadãos ucranianos para partirem do território nacional.
Na Suíça, por exemplo, a Secretaria de Estado para Migração (SEM) discute um projeto para também pagar determinada quantia por pessoa para que os refugiados ucranianos retornem voluntariamente ao país de origem, de acordo com informações do site Swissinfo.

"Estamos considerando a possibilidade de fornecer assistência financeira inicial para motivar as pessoas a não esperarem até o prazo de partida. As quantias especificadas variam de 1 mil a 4 mil francos suíços [R$ 5.670 a R$ 22.690]", afirma a publicação suíça.

Já na Irlanda, autoridades foram incentivadas a explorar a utilização de fundos de assistência social para "encorajar" os ucranianos a regressarem às suas casas.
Outros países da Europa tentam abordagens diferentes. Enquanto o Reino Unido sofre com dificuldades de alocação, com muitos refugiados sem abrigo, a Polônia cortou assistência financeira aos refugiados, solicitando uma compensação financeira à União Europeia logo em seguida.
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O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) estimou, no mês passado, que mais de 8 milhões de ucranianos fugiram do seu país de origem em 2022, com cerca de 4,8 milhões deles dirigindo-se para a União Europeia ou o Reino Unido.
A Rússia acolheu perto de 2 milhões de cidadãos ucranianos no ano passado. No final de setembro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um decreto para aliviar ainda mais as restrições a entrada e saída da Rússia àqueles que tivessem porte de documentos de identidade ucranianos — incluindo documentos expirados que se tornaram difíceis de renovar devido ao conflito.
A Ucrânia rescindiu unilateralmente um acordo de isenção de visto com a Rússia em janeiro deste ano, com Moscou optando por não impor requisitos de visto aos ucranianos.
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