O caso das metralhadoras roubadas do arsenal de guerra do Exército Brasileiro em Barueri (SP) está "quase" sendo concluído no que diz respeito à recuperação das armas. Das 21 roubadas, apenas duas continuam desaparecidas. No entanto, no sentido jurídico, o caso ainda tem um caminho para ser fechado.
De acordo com o G1, a Justiça Militar negou recentemente o pedido do Exército para prender preventivamente seis militares investigados por suspeita de furtarem as metralhadoras.
Ao mesmo tempo, um cabo, que é um dos seis suspeitos, denunciou que todos eles foram agredidos durante o "aquartelamento". Os militares investigados têm patentes de soldado, cabo, sargento e tenente.
A mídia afirma que além da Justiça Militar, o Ministério Público Militar (MPM) também foi contrário à decretação das prisões por entender que os "indícios" contra os militares eram insuficientes para que fossem presos.
A expectativa dos investigadores é a de que o inquérito militar que apura o caso deverá ser concluído até dezembro com o indiciamento dos suspeitos por furto, peculato, receptação e extravio.
Depois disso será feito um novo pedido de prisão com mais "provas" da participação dos apontados. Para isso, o Exército pretende usar dados de quebras dos sigilos bancários, telefônicos e das redes sociais dos investigados para tentar comprovar seus envolvimentos nos crimes, escreve a mídia.
Também é investigado se houve irregularidades durante o "aquartelamento" da tropa após a descoberta do desvio das armas, em 10 de outubro. A advogada do cabo que denunciou a ação, Patrícia Carvalho, contou que a queixa foi formalizada no quartel e que haverá uma apuração interna do assunto.
Segundo Carvalho, o cabo relatou que as agressões ocorreram em meio à investigação do Exército, no entanto, a defesa não apresentou provas nem testemunhas das acusações e não informou qual é o argumento do cabo para as acusações de furto.
O portal escreve que ao menos um dos militares suspeito pelo furto alegou ter sido chutado, ter visto um colega levar socos nas costelas e testemunhado um outro ser arrastado pela gola da farda. Também há relatos de que os seis suspeitos tiveram os celulares confiscados pela investigação e foram obrigados a fornecer suas senhas pessoais.
Do grupo de seis militares suspeitos de participarem do furto, somente o cabo não está trabalhando atualmente no Arsenal de Guerra em Barueri. Após faltar dois dias no trabalho, ele apresentou um atestado psiquiátrico particular em 27 de outubro. Atualmente está de licença médica de sete dias, relata a mídia.
Do grupo de seis militares suspeitos de participarem do furto, somente o cabo não está trabalhando atualmente no Arsenal de Guerra em Barueri. Após faltar dois dias no trabalho, ele apresentou um atestado psiquiátrico particular em 27 de outubro. Atualmente está de licença médica de sete dias, relata a mídia.
O cabo é suspeito de usar um carro oficial do então diretor do Arsenal de Guerra para transportar as 13 metralhadoras antiaéreas calibre .50 e oito metralhadoras calibre 7,62 furtadas do quartel.
Ele era motorista pessoal do tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista que dirigia a unidade militar. Sousa Batista não é investigado no desvio das armas, mas foi exonerado do cargo e substituído por outro após o crime.
Investigadores encontraram as digitais do cabo e de outros militares suspeitos em uma área da sala de armas. Ele não teria autorização para entrar nesse setor. Pelo menos outros cinco militares teriam participado diretamente do furto.
De acordo com a investigação do Exército, a suspeita é a de que, para furtar a metralhadoras, os militares desligaram ainda as câmeras de segurança do quartel, provocando um "apagão". Também são acusados de arrombar cadeados e adulterar lacres.
O Exército também investiga a participação civis no furto das metralhadoras. As polícias de Rio de Janeiro e São Paulo apuram o envolvimento de criminosos ligados a facções criminosas.
As armas seriam negociadas com o Comando Vermelho (CV), no Rio, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo. Dez delas foram abandonadas na capital fluminense. Outras nove foram achadas pela Polícia Civil em São Roque, interior paulista, após troca de tiros com dois criminosos, que fugiram, conforme noticiado.