"Na França, como em vários outros países da Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN] e nos EUA, os estoques estão esgotados", disse Earl Rasmussen, tenente-coronel aposentado com mais de 20 anos de serviço ao Exército dos EUA e consultor internacional, à Sputnik. "Eles estão perigosamente baixos. Eles realmente não podem se defender. E os fundos continuam a fluir. É como um buraco negro na Ucrânia. Então você está penalizando seu próprio público também, se eles quiserem, para sua segurança fornecer financiamento ilimitado e armas à Ucrânia. E eu concordaria com o ministro […] francês que essas doações gratuitas não podem continuar indefinidamente. E ele está correto ao dizer isso."
"Os ucranianos dizem que querem investimentos no seu país, obviamente querem que os fabricantes de armamento invistam o dinheiro inteiramente na construção de fábricas no seu país", disse o especialista. "Claro, como eles compram as armas? Porque eles não têm nenhuma receita real nem nenhuma economia real. E uma vez que você começa a construir uma fábrica na Ucrânia, esse é um alvo justo para a Rússia. Acho que precisa haver uma retaliação […]. O problema é que provavelmente não querem fazê-lo porque as armas parecem estar desaparecendo no mercado negro e o dinheiro parece estar desaparecendo também. Quem sabe o quê [acontece]?"
Ocidente cavou seu próprio buraco
"Eles não podem. O resultado final é que não podem", enfatizou o especialista. "Minha opinião é que eles estão delirando. Eles estão vivendo em uma realidade alternativa. Eles simplesmente não conseguem cumprir. Estava lendo um artigo outro dia sobre algo que deveria ser entregue em 2024 dos EUA à Ucrânia. Mas não temos os produtos químicos, os suprimentos ou a capacidade para [tal], […] mesmo que nossas fábricas pudessem produzi-los, não temos os suprimentos necessários para produzir as munições e as armas necessárias."
"E, então, quem é o principal fornecedor? A Rússia", enfatizou o especialista. "Então eles têm que recorrer a fontes alternativas."
"Portanto o Ocidente mergulhou em um buraco muito, muito ruim, e isso não é bom para o Ocidente", sublinhou Rasmussen.
"A minha opinião é que a única maneira de sair disso é a mudança de liderança política em muitos dos países ocidentais ou os seus líderes […] realmente chegarem a um acordo realista para parar o conflito e parar a matança. Quer dizer, essa é apenas a única maneira. Caso contrário, veremos uma nova escalada. E quem sabe aonde isso poderá levar… E, então, ao mesmo tempo, temos um conflito potencialmente multifacetado acontecendo entre a Europa, o Oriente Médio e talvez a Ásia também. Portanto não é uma boa situação", concluiu Rasmussen.