Na semana passada, o ministro da Defesa turco, Yasar Guler, disse que Ancara estava em negociações com a Reino Unido e a Espanha para comprar jatos Eurofighter, embora a Alemanha se opusesse à ideia.
A procura pelos europeus acontece depois de muita espera pelos caças F-16 dos Estados Unidos, os quais o governo Biden é a favor da comercialização, mas o Congresso norte-americano, que também tem poder de decisão sobre a compra, vem colocado diversos bloqueios para as negociações.
O país, membro da OTAN, solicitou em outubro de 2021 a compra de 40 caças F-16 da Lockheed Martin e 79 kits de modernização para seus aviões de guerra existentes.
"As Forças Aéreas turcas precisam de novas aeronaves. Nossa primeira escolha são os F-16 [...] mas considerando a possibilidade de não obtermos uma resposta positiva neste processo prolongado, os jatos Eurofighter Typhoon são as alternativas mais adequadas aos F-16. Os [funcionários do] Reino Unido dizem que poderiam ajudar a convencer a Alemanha a recuar nas suas objecções", disse uma fonte da Defesa turca ouvida pela agência Reuters.
Hoje (23), Ancara informou à Aliança Atlântica que a ratificação da candidatura de adesão da Suécia não será concluída pela reunião dos ministros das Relações Exteriores da aliança na próxima semana, complicando ainda mais a situação.
Em meados de setembro, o líder turco, Recep Tayyip Erdogan, relacionou a adesão da Suécia à OTAN à entrega de caças F-16 pelos EUA afirmando que Washington precisava "cumprir sua promessa".
Na visão do analista militar Tayfun Ozberk, a Turquia tenta pressionar os EUA através do pedido para os europeus.
"Para o equilíbrio de poder regional, a necessidade da Turquia de um caça de nova tecnologia não é segredo. Neste contexto, a decisão de adquirir os Eurofighters pode ter sido feita para pressionar a administração Biden a persuadir o Congresso para a venda dos F-16 o mais rápido possível", afirmou Ozberk à mídia.