"Isso significa que os Estados Unidos, a Europa, o Japão e a Austrália – os principais países desenvolvidos – são incapazes de sancionar um país de forma eficaz", disse Vincent Mortier, o chefe de investimentos da Amundi, durante uma coletiva de imprensa em Paris.
O executivo ressaltou que, embora as sanções tenham impactado indivíduos e entidades russas, cujos ativos foram congelados nos últimos 20 meses, as importações e exportações do país permaneceram praticamente inalteradas.
Após perder acesso aos mercados ocidentais, a Rússia conseguiu reorientar a maior parte de seu comércio em direção aos parceiros do BRICS e a países como Turquia e Cazaquistão.
"É um choque de realidade. No final, se fizermos um balanço do conflito na Ucrânia, a Europa sofreu direta e fortemente. Para os Estados Unidos, [o impacto é] neutro; mas a Turquia, a Ásia Central e a Ásia em geral se beneficiaram", acrescentou Mortier.
Desde o início de sua operação especial na Ucrânia, a Rússia tem enfrentado sanções econômicas sem precedentes por parte do Ocidente. No início, isso causou uma contração econômica de 2,1% em 2022. No entanto, dados mais recentes mostram que o país se adaptou às sanções, com o Ministério da Finanças prevendo um crescimento de 3% até o final deste ano.
Outras organizações financeiras, como o FMI [Fundo Monetário Internacional] e o Banco Mundial, também revisaram suas estimativas para a economia russa, apontando um crescimento em 2023 e 2024.