Panorama internacional

Fundo saudita planeja investir US$ 10 bilhões no Brasil, diz governo brasileiro

Em seu primeiro compromisso nos países do Oriente Médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.
Sputnik
No encontro em Riad, capital saudita, nesta terça-feira (28), os líderes discutiram o fortalecimento das relações bilaterais, investimentos em ambas as direções e oportunidades para empresas brasileiras no país árabe.
Segundo o governo brasileiro, o investimento de US$ 10 bilhões (R$ 48,7 bilhões) que o Fundo Soberano Saudita planeja aplicar no Brasil também foi pauta da conversa. A expectativa é que US$ 9 bilhões (R$ 43,9 bilhões) sejam aplicados já nos próximos sete anos em projetos que vão desde a energia limpa, hidrogênio verde, defesa, ciência e tecnologia, agropecuária até aportes em infraestrutura conectados ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Mohammed bin Salman destacou o protagonismo internacional do Brasil e mencionou a importância econômica que os países têm para suas respectivas regiões. O primeiro-ministro saudita falou também sobre a importância estratégica da presidência brasileira do G20. Bin Salman ressaltou ainda a entrada da Arábia Saudita no BRICS e afirmou que o país tem interesse em ter uma participação ativa no banco do bloco.
Os dois líderes também projetaram um salto nas relações comerciais entre os países que já somam 50 anos. Atualmente as transações comerciais entre Brasil e Arábia Saudita são de US$ 8 bilhões, a expectativa é que os negócios possam chegar à casa dos US$ 20 bilhões até 2030.
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Lula aproveitou o encontro para adiantar que o Brasil vai apresentar na COP28, em Dubai, avanços no controle do desmatamento e ações conectadas à preservação e proteção das florestas tropicais.
A Arábia Saudita, por sua vez, tem objetivos de sustentabilidade que envolvem a produção de 90 GW de energia limpa, até 2030, tanto no país quanto no exterior. O Brasil pode se beneficiar com esse ideal, já que é um dos países com maior potencial para receber investimentos com esse fim, em energias renováveis, como o hidrogênio verde.
O príncipe saudita também acenou positivamente para visitar o Brasil, quando convidado por Lula, ressaltando o interesse em conhecer a Amazônia.
A reunião também ficou marcada pelo interesse das duas partes em formar um Conselho bilateral, em nível ministerial, com encontros permanentes para promover o aprofundamento das relações econômicas e políticas entre os dois países.
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