Panorama internacional

Ex-ministro alemão afirma que UE precisa das suas próprias armas nucleares, diz mídia

O político verde Joschka Fischer citou a necessidade de dissuadir a Rússia e acrescentou que o bloco também deveria investir em defesas aéreas.
Sputnik
A União Europeia (UE) precisa obter o seu próprio arsenal nuclear para melhor dissuadir a Rússia, argumentou um antigo ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka Fischer. O funcionário agora aposentado também alertou que o bloco deve ser capaz de se defender caso as suas relações com os EUA esfriem.
No mês passado, o presidente tcheco, Petr Pavel, disse que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) considera Moscou sua maior ameaça. Os altos funcionários russos, incluindo o presidente Vladimir Putin, têm, por sua vez, sublinhado repetidamente que veem a expansão da Aliança Atlântica para o Leste Europeu como uma usurpação da segurança do país.
Joschka Fischer insistiu em uma entrevista ao Die Zeit, publicada neste domingo (3), que "devemos restaurar a nossa capacidade de dissuasão" à luz das ações da Rússia na Ucrânia. Disse também que a Europa não pode permitir que Moscou prevaleça na Ucrânia, sendo o atual conflito de "importância crucial" para o futuro do continente.
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Quando questionado pela mídia se pensava que a Alemanha deveria adquirir armas nucleares, o antigo político respondeu negativamente, dizendo que deveria ser a UE. Ele também sugeriu que os arsenais nucleares da França e do Reino Unido já não eram suficientes para garantir a segurança europeia.
Lembrado sobre seu partido ter se oposto fortemente às armas nucleares na década de 1980, o antigo ministro afirmou que o "mundo mudou" desde então e observou ainda que, embora espere que as relações EUA-UE permaneçam tão estreitas como são agora, isto pode vir a mudar, por exemplo, se o ex-presidente Donald Trump for reeleito no próximo ano.
Além da dissuasão nuclear, a Europa deveria dar especial ênfase ao reforço das suas defesas aéreas, disse Fischer.

Falando no final do mês passado, o presidente tcheco, Pavel, que serviu como presidente do Comitê Militar da OTAN entre 2015 e 2018, disse que "todos os Exércitos estão se preparando para a possibilidade de um conflito de alta intensidade" na Europa.

As autoridades russas têm dito repetidamente que o país não tem planos de atacar a OTAN. Ao mesmo tempo, Moscou tem considerado durante anos a crescente expansão do bloco em direção às suas fronteiras uma grande ameaça. O presidente Putin citou a potencial adesão da Ucrânia à OTAN como uma das principais razões para o lançamento da operação militar especial contra Kiev em fevereiro de 2022.
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