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Noruega fecha acordo para iniciar mineração em alto-mar no Ártico; ambientalistas criticam

Uma máquina gigante de esteira usada para dragar o fundo do mar em busca de diamantes (foto de arquivo)
O acordo surge no momento em que o Estado norueguês espera tornar-se o primeiro a fazer com que a mineração em alto-mar aconteça em escala comercial, apesar das preocupações sobre o impacto ambiental.
Sputnik
O governo da Noruega e dois partidos de oposição concordaram em permitir a exploração mineral do fundo do mar na região do Ártico, em um passo fundamental rumo à mineração oceânica em grande escala.
O acordo foi negociado entre os dois partidos do governo minoritário – Trabalhista e Partido do Centro – e os conservadores da oposição e o Partido do Progresso, garantindo uma maioria confortável, segundo o US News.
Em junho, Oslo disse que queria abrir partes da plataforma continental norueguesa para a mineração comercial em alto-mar alinhando com a estratégia do país de procurar novas oportunidades econômicas e reduzir a sua dependência do petróleo e do gás.

"Acreditamos e esperamos que se torne o padrão internacional para esta atividade. Ao mesmo tempo, é importante que seja um quadro previsível para os intervenientes comerciais, no qual confiamos para estas atividades. Se as exigências [ambientais] forem muito acentuadas e muito complicadas, não haverá interesse, mas ao mesmo tempo também é do interesse destas empresas participar em uma atividade que tenha boa reputação e cumpra as exigências de sustentabilidade", afirmou Baard Ludvig Thorheim, membro do parlamento norueguês, ouvido pela agência Reuters.

No entanto, o chefe do Greenpeace na região, Frode Pleym, disse que a prática será um "desastre para o mar".
"A Noruega está agora permitindo intervenções irreversíveis em áreas onde a natureza é completamente desconhecida", afirmou Pleym ao US News.
O país escandinavo, que é um dos países mais ricos do mundo devido às suas vastas reservas de petróleo e gás, afirma que existem recursos minerais significativos no fundo do mar da plataforma continental norueguesa.
Uma das ilhas do arquipélago de Novaya Zemlya, Rússia, no Ártico
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De acordo com a Direção Norueguesa de Petróleo (NPD, na sigla em inglês), existem sulfuretos e crostas de manganês contendo metais e minerais que são cruciais para a fabricação de baterias, turbinas eólicas, computadores e celulares.

"Grande dia não só para a Noruega, mas para o mundo. Precisamos de uma avaliação baseada em fatos dos minerais do fundo do mar como fornecedores de minerais críticos para a transição energética verde", afirmou Walter Sognnes, CEO da Loke, empresa norueguesa especializada em exploração e extração.

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