Ainda segundo o comunicado, houve avanços consideráveis nos últimos meses.
"As negociações prosseguem com a ambição de concluir o processo e alcançar um acordo que seja mutuamente benéfico para ambas as regiões e que atenda às demandas e aspirações das respectivas sociedades", diz o texto divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores.
O acordo entre o Mercosul e a UE tenta estabelecer uma zona de livre comércio — que prevê isenções e reduções de impostos para estimular a competitividade comercial — entre seus 31 países-membros desde 1999, mas a fase de revisão dos termos segue esbarrando em diversos entraves, entre os quais questões ambientais e a resistência de alguns governos, como o francês.
"Ambas as partes esperam alcançar rapidamente um acordo que corresponda à natureza estratégica dos laços que as vinculam e à contribuição crucial que podem oferecer para enfrentar os desafios globais em áreas como o desenvolvimento sustentável, a redução das desigualdades e o multilateralismo", conclui a breve nota.
O comunicado foi divulgado no primeiro dia da 63ª Cúpula de chefes de Estado do Mercosul, iniciada ontem na Zona Portuária do Rio de Janeiro, quando o bloco sul-americano assinou o acordo de livre comércio com Cingapura e ratificou a adesão da Bolívia ao bloco.
Ao assumir o comando do Mercosul, em julho, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), declarou que esperava anunciar o acordo com o bloco europeu na Cúpula do Rio, mas as negociações sofreram revezes na última semana.
Lula chegou a afirmar no início desta semana que, se não houver acordo por falta de consenso entre os blocos, "a culpa não é do Brasil".
As declarações foram feitas em reposta ao presidente da França, Emmanuel Macron, que anunciou no último sábado (2) que o "acordo é completamente contraditório" e que é contra o acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, argumentando que "não é bom para nenhum dos lados".