A nova força marítima, proposta por Joe Biden para responder aos ataques de houthis no mar Vermelho, enfrenta dificuldades de reunir participantes, relata na quinta-feira (28) a agência britânica Reuters.
O Pentágono afirma que a força, chamada Operação Prosperity Guardian, é uma coalizão defensiva de mais de 20 países para garantir que o comércio possa fluir livremente através do mar Vermelho, um estreito ponto de passagem vital para a navegação mundial. A UE sinalizou o seu apoio à força-tarefa marítima com uma declaração conjunta que condenava os ataques houthis. No entanto, apenas foram anunciados os nomes de 12 Estados participantes.
Assim, quase metade desses países se recusou a falar de sua contribuição ou permitiu que os EUA o fizessem. As contribuições podem variar, desde o envio de navios de guerra até o simples envio de um oficial da equipe. A Itália e a Espanha, dois dos aliados europeus dos Estados Unidos que foram listados como participantes, emitiram declarações que parecem se distanciar da força marítima.
O Ministério da Defesa da Itália disse que enviaria um navio para o mar Vermelho atendendo a pedidos de proprietários de navios italianos e não como parte da operação dos EUA. A França explicou que apoia os esforços para garantir a liberdade de navegação no mar Vermelho, mas que seus navios permaneceriam sob o comando francês.
Enquanto isso, a Espanha afirmou que não participará da Operação Prosperity Guardian, e que se opõe a uma missão antipirataria existente na UE, a Atalanta, para proteger a navegação no mar Vermelho. No entanto, o primeiro-ministro Pedro Sánchez afirmou na quarta-feira (28) poder considerar a criação de uma missão diferente para enfrentar a questão.
"Os governos europeus estão muito preocupados com a possibilidade de que parte de seu eleitorado potencial se volte contra eles", explicou David Hernández, professor de relações internacionais da Universidade Complutense de Madri, Espanha, e notou que o público europeu está cada vez mais crítico em relação a Israel e desconfiado de ser arrastado para um conflito.
Já a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos declararam que não participariam da missão.
A relutância de alguns aliados dos EUA em participarem da ação reflete, em parte, as fissuras criadas pelo conflito em Gaza, com o presidente dos EUA mantendo um apoio firme a Israel, mesmo com o crescimento das críticas internacionais sobre sua ofensiva, que, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, já matou mais de 21.000 palestinos. No mesmo período, perderam a vida cerca de 1.400 israelenses.