Sem a continuidade do apoio financeiro norte-americano, o Departamento de Estado dos EUA admitiu que a Ucrânia enfrentará "muita dificuldade". Mesmo com a aliança ocidental, Kiev já não conseguiu avançar em sua contraofensiva ao longo da operação militar especial russa. "A situação no campo de batalha será muito difícil sem ajuda adicional dos EUA, e acreditamos que devemos fornecer suporte. Acredito que o Congresso chegará a isso, mas as apostas são muito reais", disse o porta-voz do órgão norte-americano, Matthew Miller.
Conforme a Casa Branca, recursos adicionais só serão enviados ao país com aprovação do Congresso. Porém os EUA começam o ano focados nas eleições presidenciais, com a possível reedição do embate entre Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump.
O último pacote foi enviado ao governo ucraniano no dia 27 de dezembro, mas não de maneira integral.
A oposição republicana na Câmara dos Representantes, que é maioria entre os parlamentares, não chegou a um acordo com o governo para apoiar o novo pedido de ajuda adicional de US$ 61,4 bilhões (R$ 301,8 bilhões) a Kiev. Em troca de aprovarem o projeto, o grupo político exige uma abordagem mais rigorosa da Casa Branca com a imigração ilegal, além de investimentos em segurança na fronteira do país com o México.
Fracasso da contraofensiva ucraniana
No fim de fevereiro deste ano, a operação militar especial completa dois anos. Quando teve início, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que o objetivo era a "proteção das pessoas que, por oito anos, estão sendo vítimas de zombarias e genocídio pelo regime de Kiev", o que impossibilitava qualquer outro tipo de reação diante dos riscos à segurança.
Além disso, Putin lembrou que o país tentou negociar com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre princípios de segurança na Europa por 30 anos, mas encontrou cinismo, mentiras, pressão e chantagem como resposta. A aliança é acusada de se envolver diretamente no conflito, não apenas fornecendo armas, mas também treinando pessoal em países como Reino Unido, Alemanha e Itália.
Já a contraofensiva ucraniana começou em junho, e, após três meses, a Rússia declarou que foi o completo "fracasso". Durante a ação, as Forças Armadas da Ucrânia perderam 159 mil militares, 121 aviões e 766 tanques, incluindo 37 Leopard.