A mídia publicou a notícia baseada em uma nota emitida por outro jornal israelense, o Israel Hayom, que também seguiu uma declaração semelhante feita no domingo (7), na rádio pública Kan, pelo ex-chefe da inteligência militar de Israel, Amos Yadlin.
Sinwar foi apontado como o maior responsável pelos ataques de 7 de outubro e estaria cercado de um grande número de reféns israelenses.
O vice-presidente da Fundação para a Defesa das Democracias em Washington (FDD, na sigla em inglês), Jonathan Schanzer, disse ao The Times of Israel que "ouviu relatos semelhantes de pessoas informadas".
"Os relatos vindos de Israel nos últimos dois dias ecoam o que ouvi durante algumas semanas. Ou seja, os israelenses têm uma boa ideia de onde Yahya Sinwar está escondido. […] Minha suposição, embora não confirmada, é que ele está nos túneis sob Khan Yunis. Mas o que ouvi especificamente é que ele se cercou de reféns israelenses. Ele os está usando como escudos humanos", afirmou.
Ainda segundo a mídia, Sinwar falou com os reféns em hebraico quase sem sotaque, em uma tentativa de tranquilizá-los logo após terem sido arrastados para Gaza durante o ataque do Hamas em 7 de outubro.
Uma das reféns, Yocheved Lifshitz, de 85 anos, que foi libertada do cativeiro em outubro, revelou em uma entrevista que conheceu Sinwar durante o seu tempo detida no enclave: "Sinwar esteve conosco três ou quatro dias depois de chegarmos lá", disse Lifshitz.
Em dezembro, o líder do Hamas divulgou a sua primeira mensagem pública desde o ataque, alegando que o grupo estava a caminho de esmagar as Forças de Defesa de Israel (FDI) e disse que o Hamas não se submeterá às "condições da ocupação".
Acredita-se que dos cerca de 240 reféns, 132 permaneçam em Gaza, mas nem todos vivos. Alguns foram mortos pelas próprias FDI, como foi o caso de três israelenses assassinados após conseguirem escapar do cativeiro na segunda quinzena de dezembro.
Ontem (8), o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, disse que "Israel fez a transição para uma nova fase na sua guerra contra o Hamas – uma que é menos intensa, envolvendo menos tropas e ataques aéreos". No entanto, Hagari acrescentou que "os combates deverão continuar ao longo de 2024", conforme noticiado.
As operações militares israelenses deixaram pelo menos 23.550 palestinos mortos (23.210 em Gaza e 340 na Cisjordânia) desde o início da atual guerra, em 7 de outubro. O número atual de feridos é de 59.167.
Mais de 80% da população do enclave, com dois milhões de pessoas, tiveram que deixar suas casas e se encontram em abrigos ou pelas ruas enquanto Tel Aviv continua sua campanha militar.
Do lado israelense, são contabilizados ao menos 1.139 mortos e 8.730 feridos.