Além de Barroso, participaram dos debates o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e a ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld. Uma das marcas do fórum econômico neste ano, segundo especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil, é a ausência de lideranças políticas da América Latina e um esvaziamento do evento.
Para o presidente do STF, um dos principais problemas na região da Amazônia atualmente é a segurança pública. Entre os principais crimes em alta, estão a extração ilegal de madeira, a mineração ilegal, a grilagem de terras e as queimadas, atividades que são as maiores responsáveis pelo desmatamento e destruição da maior floresta do mundo.
"O Brasil corre risco de perder a soberania da Amazônia, não para outros países, mas para o crime organizado", destacou.
Barroso ainda levantou pontos sobre o domínio de organizações ligadas ao tráfico de drogas na Amazônia, uma das principais rotas para escoamento dos materiais.
"Acho que mais recentemente tem se agravado o problema da segurança pública e da violência, e acho que precisamos incluir essa preocupação na agenda, em especial na agenda progressista […]. O pensamento progressista sempre negligenciou em alguma medida a questão da segurança pública, atribuindo-a tão somente à pobreza e à desigualdade, o que é um fato, mas pobre também precisa de segurança pública, e nós nos atrasamos", acrescentou.
Também participam das discussões do Fórum Econômico Mundial a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Já o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, esteve no evento no último domingo (14), quando houve uma reunião entre conselheiros de segurança sobre a situação na Ucrânia, sem a presença de nenhum representante russo. Para Amorim, a questão só será resolvida se houver convergência entre Kiev e Moscou através da abertura de um espaço de negociação, o que é rechaçado pelo presidente ucraniano, Vladimir Zelensky.