A informação foi noticiada pelo jornal O Globo nesta quinta-feira (25). Também foram apreendidos 20 pen-drives e documentos relacionados à agência na residência, além de computadores e documentos no gabinete do parlamentar que também é ex-diretor-geral da Abin.
Mas cedo, de acordo com a PF, também foram feitas buscas em domicílios de servidores suspeitos de envolvimento em atividades de espionagem ilegal. Ao todo foram cumpridas 21 mandados de busca e apreensão em Brasília-DF (18), Juiz de Fora-MG (1), São João Del Rei-MG (1) e Rio de Janeiro-RJ (1).
A operação é a continuação da operação Última Milha, iniciada em outubro do ano passado. As provas obtidas a partir das diligências executadas até o momento indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na ABIN e utilizou ferramentas e serviços da agência de inteligência para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes estão entre os possíveis alvos da agência.
As denúncias indicam que opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro, membros do Supremo Tribunal Federal e jornalistas foram alvos de vigilância ilegal realizada por funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
De acordo com investigação, foi utilizado sistema de rastreamento por GPS para monitorar a localização e as comunicações telefônicas de seus alvos.
A ferramenta de espionagem detectada nesses acompanhamentos ilegais é conhecida como First Mile, que alegadamente foi utilizada de maneira imprópria entre dezembro de 2018 e maio de 2021, com uma ênfase particular no último ano, pouco antes do período pré-eleitoral.
Resposta da Abin
Em nota, a Abin informou que continuará a colaborar com as investigações, como já tem feito há "10 meses", sobre eventuais irregularidades cometidas no período de uso de ferramenta de geolocalização, de 2019 a 2021. "A ABIN é a maior interessada na apuração rigorosa dos fatos", afirmou o órgão.