Essa decisão, unânime, representa a quinta queda consecutiva e estabelece o menor patamar para a Selic desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano.
O comitê justificou a medida com base no cenário de desaceleração na atividade econômica do país, conforme previsto.
Em nota, destacou que os indicadores de inflação, tanto a inflação cheia ao consumidor quanto as medidas de inflação subjacente, estão em trajetória de desinflação, aproximando-se da meta estabelecida para a inflação nas divulgações mais recentes.
O ambiente internacional, especialmente para países emergentes, foi apontado como motivo de cautela pelo Copom. A volatilidade persiste, com mercados iniciando debates sobre flexibilizações nas políticas monetárias das principais economias globais, e há sinais de queda nos núcleos de inflação.
O Copom indicou que a próxima reunião deve resultar em uma nova redução de 0,5 ponto percentual, mantendo o ritmo de ajuste caso o cenário esperado seja confirmado. A continuidade da política monetária contracionista é considerada necessária até que sejam consolidados o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno das metas, com a meta de inflação para 2024 estabelecida em 3%.
A redução da taxa de juros impacta positivamente, tornando o crédito mais acessível, de maneira a favorecer o consumo. Contudo, os efeitos não são imediatos, e a população sentirá os impactos mais relevantes ao longo do tempo, à medida que as taxas cobradas por bancos e lojas reflitam os cortes na Selic.
Presidente do CNI via nota
"É necessário e desejável maior agressividade do Copom para que ocorra uma redução mais significativa do custo financeiro suportado por empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas e consumidores. Sem essa mudança urgente de postura, seguiremos penalizando não só a economia brasileira, mas principalmente os brasileiros, com menos emprego e renda", adverte o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban.