Agora os deputados terão de votar cada um dos cerca de 380 artigos da proposta, a partir da próxima terça-feira (6), e o texto então seguirá para o Senado.
A Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos tinha originalmente 664 artigos, com diversas propostas de reformas para garantir "superpoderes" a Milei até pelo menos dezembro de 2025.
Na prática, ele teria autonomia para governar por decreto, autorizar a venda de empresas estatais e contrair dívida externa sem aval parlamentar, entre outros poderes. Após várias negociações, o número de artigos caiu quase pela metade.
Mais cedo, uma nova manifestação contra o pacote lotou as ruas em frente ao Congresso do país, em Buenos Aires, no terceiro dia de protestos, em que houve repressão policial e dezenas de pessoas ficaram feridas, por balas de borracha, golpes ou gás lacrimogêneo — entre elas 35 jornalistas.
O governo argentino defendeu a atuação das forças federais, que reprimiram também com gás de pimenta e jatos d'água os manifestantes que protestavam nas proximidades do Congresso.
Uma pesquisa de opinião política divulgada nesta semana apontou que mais da metade dos cidadãos argentinos creem que o país está indo na direção errada desde que Milei assumiu o governo, em dezembro. A pesquisa revela que 52,8% dos argentinos entrevistados desaprovam totalmente o atual governo, que desde o início tem procurado implementar políticas de desregulamentação econômica e privatização, o que gerou mobilizações populares e sindicais em diferentes partes do país sul-americano.