"O presidente Lula, mesmo não sendo africano, acaba por representar os interesses dos cidadãos africanos. Quando o presidente Lula fala nas tribunas internacionais, nos fóruns internacionais, as causas que […] defende nas tribunas, enfim, da mais alta esfera da política internacional, são as mesmas causas com as quais os povos africanos se identificam", detalha.
Um continente dividido
"Nas conversas de bar, nas ruas, nos transportes públicos, pode-se afirmar que 99,9% dos africanos são solidários com a Palestina e condenam os atos de Israel. A grande questão é que a União Africana, ao contrário dos seus propósitos, ou seja, das bases que estiveram na origem da sua fundação, os líderes dos países que compõem a União Africana, nem sempre falam, nem sempre atuam como um bloco", analisa.
Agenda dos líderes versus interesses da organização
"Em 2021, o atual presidente da Comissão da União Africana, que é o senhor Moussa Faki Mahamat, numa decisão monocrática, […] resolveu atribuir a Israel o estatuto de observador, e isso gerou um problema que quase colocou em risco a existência da própria União Africana, porque alguns países, inclusive, ameaçaram sair", explica.
Lula e a crítica a Israel
A complexa relação entre África e Israel
"Existe uma forte resistência dentro do continente africano em relação ao que representa Israel com a Palestina, porque o direito do povo palestino, por incrível que pareça — e isso é pouco divulgado —, o próprio ato constitutivo da União Africana faz menção à defesa do direito do povo palestino", relembra.