Segundo o ministro de Informação somali, Daud Aweis, o pacto "vai reforçar significativamente os esforços do governo para salvaguardar sua soberania".
O acordo tem previsão para entrar em vigência dentro de 24 horas. Em um primeiro momento, a Turquia ficará responsável pela proteção das águas territoriais da Somália, com as Forças Armadas turcas agindo em caso de qualquer infração de soberania.
Ao longo de dez anos, Ancara vai treinar e equipar a Marinha do país, com o objetivo de deixá-la pronta para agir de maneira independente. O pacto também vai ajudar a desenvolver o potencial econômico das águas somalis nos setores de pesca, turismo e energia.
Como recompensa, a Turquia deve receber 30% de todas as receitas econômicas da exploração marítima.
A medida, justificada sobre a proteção das atividades econômicas na região, pode, no entanto, ajudar com outro problema geopolítico que Mogadíscio enfrenta. Tensões entre o país e a Etiópia escalaram nas últimas semanas depois de Adis Adeba ter reconhecido a região separatista da Somalilândia em troca de acesso ao mar Vermelho. Segundo o governo somali, o acordo é "ilegítimo".
A Turquia vem mostrando ser um aliado importante para a Somália, tendo investido muito no país nos últimos anos. Sua embaixada em Mogadíscio é a maior que o país tem em um território africano, demonstrando a importância que o país dá par ao aliado posicionado no Chifre da África.
"A Somália é um parceiro importante da Turquia na África", disse Yasar Guler, ministro da Defesa turco, durante a cerimônia de assinatura.
"Nas nossas discussões, que decorreram em um ambiente muito caloroso e reforçaram ainda mais as nossas relações, reiteramos a importância que atribuímos à soberania e à integridade territorial da Somália."