"O mundo com dois polos não é ideal. Depois que essa forma de mundo colapsou, a nossa civilização vem tentando fazer um novo sistema funcionar […]. O mundo unipolar não existe, tampouco está funcionando. […]. Não há país neste mundo que possa ser o mandatário do mundo inteiro, que possa ter o direito ou a possibilidade de controlar o mundo", disparou a representante do governo russo.
"Esse é o caminho que a gente [sociedade] deve, de fato, escolher… Estou falando da Rússia, do Brasil e de outros países do mundo que têm voz própria e são livres para expressar os pontos de vista", arremata.
BRICS: nova ordem mundial?
"O BRICS não é um instrumento de ajuda, por exemplo, para alguém realizar algo. Mas, ao mesmo tempo, é um bloco neutro. […] São possibilidades dos países de se desenvolverem em várias áreas, incluindo a economia, ecologia, segurança, tecnologia, educação e cultura. Além da chance de os países do bloco se mostrarem ao mundo", embasa.
"O BRICS é uma nova maneira de pensar. Você pode ser independente e, ao mesmo tempo, pode se juntar, se reunir, estar com os demais e ainda pode se proteger e manter a sua dignidade nacional, cultura, civilização e tradições", sublinha.
Ocidente é responsável por arruinar a ONU
"Muitos países do Ocidente coletivo estão tentando arruinar os princípios da ONU, da Carta da ONU. […] Eles não respeitam o direito internacional, os outros membros do Conselho de Segurança… […] eles estão sempre impedindo iniciativas, propostas de paz — como temos visto no Oriente Médio —, não respeitam outros países como Estados independentes e soberanos", indaga Zakharova.
Brasil no Conselho de Segurança da ONU
"Nós [a Rússia] apoiamos o Brasil. Não no futuro, mas agora! A gente [Rússia] reiteradamente repete que deve ser assim [novos países no Conselho], e claro que a gente apoia o Brasil", referenda a representante do governo russo.
Rússia e Brasil aliados no combate à fome
"Isso é muito injusto. Porque o problema da fome acontece há centenas de anos e é um problema para várias regiões, África, Ásia e diferentes países em diversas partes do mundo", exemplifica.
"Cada país que sempre precisou, nós [a Rússia] estávamos lá. […] Estamos dispostos a unir todos os líderes do mundo, não apenas políticos, mas também representantes da sociedade civil, organizações humanitárias ou não governamentais para superar esse problema. Mas focando em termos práticos, e não propagandistas", conclui.