A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO, na sigla em francês) anunciou no sábado (24) que suspenderia as sanções rigorosas contra o Níger, por ver nelas uma ameaça à integração regional.
Os líderes do grupo se reuniram para tratar da crise política na região, depois que os novos governos militares do Níger, Burkina Faso e Mali deixaram o bloco em janeiro.
Após conversações a portas fechadas, a CEDEAO anunciou que suspendeu as sanções ao Níger, incluindo o fechamento das fronteiras, o congelamento do Banco Central e dos ativos estatais, bem como as limitações às transações comerciais, com efeito imediato. A CEDEAO explicou que isso foi feito por razões humanitárias.
Omar Touray, presidente da Comissão da CEDEAO, revelou que algumas sanções direcionadas e políticas continuaram em vigor para o Níger, mas não deu detalhes.
O bloco também informou que suspendeu algumas sanções contra a Guiné, que não disse que quer deixar a CEDEAO, mas não se comprometeu com um cronograma para regressar à democracia.
"Também foi pedido que os países reconsiderem a decisão [de saída], tendo em conta os benefícios que os Estados-membros da CEDEAO e seus cidadãos desfrutam na comunidade", acrescentou.
A saída planejada traria uma desvinculação que afetaria os fluxos de comércio e serviços do bloco, em um valor de quase US$ 150 bilhões (R$ 749,27 bilhões) por ano, destaca no sábado (24) a agência britânica Reuters.
Além disso, a CEDEAO reiterou seu pedido de libertação do ex-presidente nigeriano Mohamed Bazoum e solicitou que a junta militar apresentasse um "cronograma de transição aceitável".