No entanto, será que essa assistência poderá efetivamente alterar a situação das Forças Armadas ucranianas no front? É o que especula e tenta responder um pesquisador do Instituto Quincy para Política Responsável (no original, Quincy Institute for Responsible Statecraft).
O financiamento proposto é destinado a alocar US$ 20 bilhões (aproximadamente, R$ 100 bilhões) para reabastecer as reservas do Departamento de Defesa, US$ 14 bilhões (aproximadamente R$ 70 bilhões) para a aquisição de armamentos pela Ucrânia de entidades dos Estados Unidos, US$ 15 bilhões (R$ 24,9 bilhões) para apoiar serviços de inteligência e treinamento militar e, ainda, US$ 8 bilhões (aproximadamente R$ 40 bilhões) em apoio orçamentário direto ao governo de Vladimir Zelensky, conforme detalha o pesquisador do Instituto Quincy para Política Responsável, Mark Episkopos, em um artigo publicado pela mesma instituição.
Apesar de o montante não ser insignificante, "padece diante dos US$ 113 bilhões [aproximadamente R$ 400 bilhões de reais] em auxílio à Ucrânia aprovados pelo Congresso em 2022", quando, segundo o especialista, as perspectivas eram mais favoráveis para o país ucraniano.
Atualmente, observa Episkopos, as Forças Armadas de Kiev enfrentam diversos desafios críticos, como a escassez de tropas e a falta de munições. Embora o financiamento dos Estados Unidos busque aliviar essas deficiências, "o dinheiro não se traduz diretamente em munições prontamente disponíveis".
"Existem indícios de que Washington poderá ter dificuldades em atender algumas das necessidades cruciais da Ucrânia, mesmo com amplo apoio político de ambos os lados do corredor. Na verdade, não há uma solução imediata para modernizar a base industrial de defesa dos Estados Unidos a fim de sustentar a escala impressionante dos gastos com munição", afirma o texto.
Além do exposto, no campo de batalha Kiev também enfrenta escassez de efetivos, uma questão que não pode ser resolvida sem a intervenção militar direta do Ocidente, algo que, destaca-se, foi inteligentemente descartado pelos aliados da Ucrânia.
Por outro lado, Moscou "não é um ator estático nesse drama que se desenrola. Os russos percebem claramente as fraquezas da Ucrânia e são rápidos em explorá-las", afirma o pesquisador.