Durante uma entrevista para a agência sérvia Tanjug, o político apontou que, ao abordarem a integração europeia da Ucrânia, ele expressava apoio à entrada do país no bloco, "mas quando estiver pronto".
"E eu levanto a questão da corrupção, por exemplo. Todos sabemos que o nível de corrupção na Ucrânia é extremamente alto. E então vários primeiros-ministros me dizem: 'Robert, você está certo, mas não é politicamente correto, não é o que se deve dizer'", disse.
Além disso, o primeiro-ministro eslovaco afirmou que a estratégia ocidental com relação à operação militar especial na Ucrânia não funcionou.
"Ainda mais armas, assim como sistemas modernos, estão sendo direcionados para a Ucrânia. As pessoas começam a falar sobre o envolvimento das tropas da UE e da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] de alguma forma, por exemplo, no treinamento de tropas diretamente no território ucraniano", indicou, ao concluir que "não há solução militar".
"Portanto, a Eslováquia é um dos países que ajudará a Ucrânia apenas de forma humanitária e civil", disse, acrescentando que o país está disposto a ajudar no processo de desminagem.
Na semana passada, Fico declarou que vários países membros da OTAN e da União Europeia "estão considerando a possibilidade" de enviar tropas à Ucrânia "de forma bilateral", em um embate que poderia levar a aliança ocidental a um conflito direto com a Rússia.
"Não posso dizer com que propósito [as tropas seriam enviadas] e o que teriam que fazer lá", disse Fico, advertindo que o objetivo de "exercer certa pressão" sobre o presidente russo, Vladimir Putin, "não será alcançado" e só provocará "uma enorme escalada de tensões".