Além disso, Szijjarto considera a parceria com a Rússia crucial para garantir o abastecimento energético da Hungria. Nos demais países da Europa, como retaliação ao conflito na Ucrânia, houve uma brusca queda da compra do gás russo, que é mais barato, o que levou ao aumento da inflação no continente.
"A política externa húngara no ano passado atendeu às expectativas, pois conseguimos nos manter à margem da guerra, permanecemos do lado da paz, apesar da enorme pressão internacional, e conseguimos manter as relações com a Rússia, que são sem dúvida necessárias para o fornecimento de energia para a indústria e a população húngaras", disse Szijjarto.
O ministro declarou ainda que frequentemente enfrenta críticas por se comunicar com políticos russos, mas continua a manter laços com Moscou "porque é o ministro das Relações Exteriores" e não considera um grande feito na diplomacia apenas se comunicar com aqueles com quem concorda totalmente ou quase totalmente.
Anteriormente, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, afirmou que se orgulha da estratégia pacífica de Budapeste, que inclui o diálogo com a Rússia, e considera que ela é benéfica para a Europa.
Já Peter Szijjarto afirmou que os aliados da UE e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) tentaram convencer a Hungria a não se reunir com representantes da Rússia e de Belarus durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
No entanto, Budapeste acredita que esse comportamento leva a um impasse e não contribui para a busca de soluções pacíficas para os conflitos. Em junho do ano passado, Szijjarto informou ainda que mantém contatos com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, para preservar a chance de uma solução na Ucrânia.
O ministro húngaro também aconselhou repetidamente aos países da UE e da OTAN não fecharem os canais de comunicação com a Rússia, já que a paz só pode ser alcançada por meio do diálogo.