O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, usou sua conta no X para, novamente, fazer declarações grosseiras sobre o presidente da República do Brasil. Usando uma mensagem que faz parte da campanha de Musk no X contra as autoridades brasileiras, o chefe da diplomacia israelense afirmou que Lula deveria ser censurado.
"Se alguém deveria ser bloqueado ou censurado no X deveria ser você, Lula. Você tem o hábito de censurar e distorcer a verdade, então não é surpresa que esteja tentando censurar os outros", afirmou o ministro.
A afirmação foi feita a partir de uma postagem de Musk na qual o bilionário diz que "a censura e a violação das leis no Brasil é a pior de todos os países no mundo em que esta plataforma opera".
Não é a primeira vez que Katz usa a plataforma para falar mal de Lula. Em fevereiro, após o líder brasileiro dizer que a "única vez que ocorreu o que está acontecendo na Faixa de Gaza foi na época do Holocausto", o chanceler disse que o presidente era "uma vergonha", o tornou persona non grata e exigiu um pedido de desculpas.
Na época, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, disse que as manifestações do titular da chancelaria israelense foram "inaceitáveis" e "mentirosas".
Nos últimos anos, o governo de Benjamin Netanyahu passou a ser uma das referências para líderes da extrema direita europeia e mundial, que ampliaram suas relações com Israel. Mais recentemente, Javier Milei, da Argentina, anunciou que mudaria a embaixada argentina de Tel Aviv para Jerusalém.
Nas últimas semanas, o ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a ser convidado por Netanyahu para visitar Israel, no que foi interpretado pelo governo Lula como um ato de provocação, analisa a coluna de Jamil Chade no UOL.
A campanha de Musk contra o Supremo Tribunal Federal (STF) com foco no ministro Alexandre de Moraes começou no domingo (8), quando o empresário anunciou que iria descumprir as decisões do Judiciário brasileiro ao reativar contas na plataforma suspensas pelo STF por conteúdos que propagavam fake news ou atacavam a democracia no Brasil.
Starlink em garimpos da Amazônia
Nos últimos 12 meses, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu equipamentos da Starlink, a provedora de Internet via satélite de Elon Musk, em pelo menos 20 garimpos ilegais na Amazônia.
Em operações contra o garimpo de abril de 2023 a março de 2024, o Ibama encontrou pelo menos 32 aparelhos da Starlink, segundo a mídia, e o número real tende a ser maior.
Dados apontam que mais de 90 aparelhos foram apreendidos, mas a marca do equipamento não foi anotada na maioria dos casos. Agentes do órgão estimam, no entanto, que quase todos os garimpos ilegais aderiram à Starlink no último ano.
O equipamento da Starlink tem sido apreendido em locais críticos. Das 32 antenas encontradas desde abril do ano passado, nove foram achadas na Terra Indígena Yanomami, que passa por uma crise humanitária, e outras 12 estavam próximas ao Vale do Javari, território onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram mortos em 2022.
O UOL perguntou à Starlink se existe algum controle sobre a venda dos aparelhos ou o uso do sinal, mas não teve resposta.