De acordo com o Financial Times (FT), os portos de contêineres em todo o Mediterrâneo Ocidental estão quase em sua capacidade máxima, aumentando o risco de incremento significativo nos custos relativo à escassez de componentes especialmente para fabricantes europeus, no mais recente desafio às cadeias de abastecimento da região.
Os alertas surgem em consonância com os ataques dos houthis a navios no mar Vermelho — que se direcionam, segundo eles, apenas a embarcações com destino ou de propriedade de Israel, o que levou a um aumento no tráfego em Algeciras e Barcelona, na Espanha, e em Tânger-Med, no Marrocos.
A maioria das grandes companhias marítimas de contêineres que operam na rota Ásia-Europa redirecionou o tráfego através do cabo da Boa Esperança, em vez do canal de Suez, na sequência das hostilidades dos houthis apoiados pelo Irã. Mas os desvios forçaram o estabelecimento de novos acordos para as mercadorias que circulam entre a Ásia e os portos de Itália, Grécia e Turquia.
Depois de contornarem a África do Sul, muitos navios estão deixando contêineres em portos do lado ocidental do Mediterrâneo, como Algeciras e Tânger. A partir daí, serviços "alimentadores" de curta distância transportam mercadorias para outros terminais do sul da Europa.
Segundo a apuração, os problemas surgem à medida que os terminais para o tratamento de automóveis acabados também sofrem graves congestionamentos, em grande parte devido a um aumento no número de veículos exportados da Ásia para a Europa e América do Norte e a um abrandamento nas vendas de veículos. Logo, quando algumas companhias descarregam contêineres nas zonas de transbordo, a movimentação sobe comprometendo a capacidade de armazenamento.
Embora Algeciras e Tânger-Med não tenham publicado estatísticas de tráfego neste ano, Barcelona registrou um aumento de 17% no movimento de contêineres em fevereiro, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Muitos operadores de terminais esperam que os problemas continuem enquanto os serviços permanecerem sendo redirecionados uma vez que a capacidade dos portos em Algeciras e Tânger é limitada.