Nenhuma das "armas mágicas" de Washington pode ajudar Kiev a conter o avanço das forças russas em sua ofensiva, afirmou à Sputnik o ex-inspetor de armas da Organização das Nações Unidas (ONU) e analista político Scott Ritter.
Nesta semana, o Senado dos EUA aprovou um novo pacote de ajuda a Ucrânia, Israel e Taiwan no valor de US$ 95 bilhões (cerca de R$ 490 bilhões). O financiamento recebeu 75 votos favoráveis e 17 contrários, sendo necessários no mínimo 60 senadores para a aprovação da proposta.
Do total dos recursos, cerca de US$ 61 bilhões (cerca de R$ 315 bilhões) são para a Ucrânia, outros quase US$ 26 bilhões (cerca de R$ 134 bilhões) para Israel e US$ 8 bilhões (cerca de R$ 41 bilhões) são destinados a Taiwan.
Do montante destinado ao regime de Kiev, pelo menos US$ 13,8 bilhões (R$ 71,2 bilhões) serão usados para compra de armamentos, como mísseis de longo alcance ATACMS e caças F-16.
"Os US$ 13,8 bilhões em assistência militar que serão fornecidos à Ucrânia serão insuficientes para basicamente deter o avanço russo em curso e mudar o resultado no campo de batalha", afirmou Ritter.
Ele acrescentou que a soma não ajudará Kiev a "virar a maré para enviar as forças russas de volta, de acordo com a fórmula de [Vladimir] Zelensky, às fronteiras de 1991". Segundo o analista, ele não é o único a pensar dessa forma.
"Essa é a avaliação do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, [Dmitry] Kuleba, que disse que nesta fase final do jogo não há quantidade de assistência militar que possa impedir o avanço russo. Ele está correto", ressaltou Ritter.
Segundo Ritter, a Rússia goza atualmente de "superioridade militar, senão de supremacia absoluta, ao longo de toda a linha de combate, não apenas nas linhas da frente, mas estendendo-se até às áreas de retaguarda das defesas ucranianas".
Ele explicou ainda que depois que as armas dos EUA forem entregues à Ucrânia e levadas para a linha de frente, o armamento estará sujeito a constantes interdições.
"Muito pouco dessa assistência militar chegará realmente aos soldados ucranianos na linha da frente, e quando isso acontecer, esse equipamento militar será destruído de forma relativamente rápida pelos russos, que vão rastrear o equipamento", destacou Ritter.