O TPI — que pode acusar indivíduos de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio — está investigando o ataque do Hamas em 7 de outubro e a devastadora retaliação militar de Israel na Faixa de Gaza. Na semana que vem, a guerra entra em seu sétimo mês.
Na segunda-feira (29), a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que os Estados Unidos não apoiavam a investigação do TPI sobre Israel e não acreditavam que o tribunal tivesse jurisdição.
No entanto, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russa, Maria Zakharova, apontou hoje (30) para a hipocrisia com que a Casa Branca diz não apoiar a investigação.
"Washington apoiou totalmente, se não estimulou, a emissão de mandados do TPI contra a liderança russa. Mas o sistema político americano não reconhece a legitimidade dessa estrutura em relação a si mesmo e aos seus satélites", disse Zakharova, acrescentando que tal posição era intelectualmente "absurda".
Congressistas norte-americanos chegaram a elaborar uma lei para sancionar os membros do TPI que participam de investigações "contra os Estados Unidos e seus aliados", informou a agência Axios, citando o chefe do Comitê das Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, Michael McCaul.
Em março de 2023, o TPI anunciou a emissão de um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, por supostos crimes de guerra. O presidente dos EUA, Joe Biden, disse na época que a decisão do TPI era justificada.
A Rússia afirma que o mandado contra Putin é uma tentativa sem sentido do Ocidente de manchar a reputação russa e nega crimes de guerra na Ucrânia, acrescentando que o Ocidente ignorou os crimes da Ucrânia.