No mês passado, a Turquia impôs vastas restrições comerciais a Israel devido à recusa israelense ao permitir que Ancara participasse de operações de lançamento aéreo de ajuda a Gaza.
A medida de hoje (2) amplia as restrições do mês passado e chegaria a um bloqueio total, relata a mídia, à medida que o presidente Recep Tayyip Erdogan intensifica as críticas ao Estado judeu, aumentando as tensões já intensas entre os outrora aliados próximos.
No entanto, Ancara ainda não anunciou formalmente a suspensão e não ficou claro em que condições o comércio seria retomado.
Em 2023, o comércio entre os países foi de US$ 6,8 bilhões (R$ 34,7 bilhões), dos quais 76% foram exportações turcas. A maior exportação de Ancara para Tel Aviv foi ferro e aço. A maior importação foram produtos petrolíferos refinados, de acordo com o instituto de estatística turco citado pela mídia.
A medida ocorre um dia após a Turquia ter anunciado planos de se juntar à África do Sul no mais alto tribunal das Nações Unidas como demandante, acusando Israel de cometer genocídio no território palestino, ação que Tel Aviv nega.
Israel e Turquia restabeleceram as relações diplomáticas em agosto do ano passado, após uma década de tensões, e estavam explorando formas de aumentar a cooperação até a guerra eclodir na Faixa de Gaza.
Tel Aviv reagiu à ação turca através de seu chanceler, Israel Katz, que chamou Erdogan de "ditador".
"Este é o comportamento de um ditador que atropela os interesses do povo turco e da comunidade empresarial, ao mesmo tempo que ignora os acordos comerciais internacionais", disse Katz em post no X (antigo Twitter).
O chanceler ainda afirmou que deu instruções para o Ministério das Relações Exteriores criar alternativas de comércio com a Turquia, com foco na produção local e nas importações de outros países.
"Israel emergirá com uma economia forte e ousada. Nós ganhamos e eles perdem", acrescentou.