Operação militar especial russa

Queda de Chasov Yar pode se tornar 'ponto de virada' no conflito na Ucrânia, avaliam especialistas

Após o anúncio na imprensa, nesta sexta-feira (3), pelo vice-chefe da Diretoria Principal de Inteligência da Ucrânia, Vadim Skibitsky, é apenas uma questão de tempo até que as forças russas tomem a cidade de Chasov Yar. O ponto em questão agora é sobre as consequências dessa tomada, segundo especialistas ouvidos pela Sputnik.
Sputnik
Chasov Yar é de importância primordial tanto para as forças russas quanto para as ucranianas, pois a cidade tem significância política, militar e logística, afirmou o especialista militar e herói de guerra russo, Rustem Klupov, à Sputnik.

"Do ponto de vista militar, a cidade continua sendo um dos principais pontos de defesa, servindo de apoio logístico e técnico ao grupo de batalha ucraniano nessa área", disse Skibitsky, destacando também a vantajosa posição topográfica da cidade.

Quanto à importância política, a tomada de Chasov Yar pelas tropas russas — anteriormente descrita pelo presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, como "uma fortaleza inexpugnável" — será um novo golpe moral e psicológico para as tropas ucranianas, cujo espírito de luta já está em frangalhos, segundo Skibitsky.
Ele opinou que a estratégia russa agora deve ser transformar a ofensiva em uma reação em cadeia com ataques constantes, pressão e ações.

"O colapso de alguns elementos da defesa [ucraniana], como o apoio logístico, contribuirá para o colapso da defesa [das forças de Kiev] na linha de frente."

Operação militar especial russa
'É provavelmente uma questão de tempo' até a Rússia tomar Chasov Yar, admite inteligência da Ucrânia
Oleg Glazunov, especialista militar e professor do Departamento de Análise Política e Processos Sociopsicológicos da Universidade Russa de Economia Plekhanov, concorda.

"Quando Donetsk se tornou a capital da República Popular de Donetsk [RPD], Kramatorsk se tornou a capital da região de Donetsk [na parte da Ucrânia]. Ou seja, a queda de Chasov Yar é como a Batalha de Kursk [na Segunda Guerra Mundial]. A guerra [por procuração com a OTAN] continua, mas o Exército ucraniano continuará a recuar. Donbass está perdida para eles. É por isso que a queda de Chasov Yar é um ponto de virada", apontou Glazunov.

No canal de notícias russo no Telegram, o comentarista Voenny Obozrevatel relatou mais cedo que uma brigada de assalto do Batalhão Azov (organização terrorista proibida na Rússia) desobedeceu uma ordem do comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas, Aleksandr Syrsky, para enviá-los a Chasov Yar, na tentativa de defender a cidade diante do avanço russo. A ordem foi sabotada porque os comandantes da brigada consideraram Chasov Yar perdida para o Exército ucraniano, segundo o comentarista.
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