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Sanções antirrussas afetam setor de aviação global e reduzem produção do Boeing 787, diz mídia

O Boeing 787, aeronave de fuselagem larga fabricada pela gigante aeronáutica norte-americana Boeing, está tendo mais problemas com peças, mas desta vez a culpa é das sanções antirrussas que continuam afetando a cadeia de abastecimento da fabricante.
Sputnik
De acordo com o jornal The Wall Street Journal, a fabricação de aeronaves foi um dos setores mais afetados pelas sanções impostas à Rússia, que desempenha um papel importante na cadeia de abastecimento aeroespacial global. A Collins Aerospace Corporation da RTX (anteriormente conhecida como Raytheon Technologies) fabricava trocadores de calor como parte de uma joint venture com a Hamilton Standard — Nauka, um fabricante russo líder de trocadores para sistemas de ar-condicionado de aeronaves civis.
Com o início da operação militar especial, a produção russa de trocadores para o 787 Dreamliner foi transferida para o Reino Unido, mas a capacidade do fornecedor não acompanhou a procura, disse o CEO da Boeing, Dave Calhoun.
A incapacidade da Boeing de fornecer trocadores de calor suficientes — uma peça crítica, mas relativamente básica, semelhante a um radiador — levou a empresa a alertar os investidores de que não entregará tantas aeronaves Dreamliner neste ano quanto esperava, afirma a apuração. A desaceleração reduzirá o fluxo de caixa da empresa e as consequências devem se estender às companhias aéreas e aos passageiros.
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De acordo com dados da mídia, as entregas da aeronave foram repetidamente interrompidas durante quase dois anos a partir de 2020 devido a diversas questões regulatórias e de produção. A Boeing não entregou nenhum avião nos primeiros sete meses de 2022. Entregou 19 em 2022 e 28 em 2023, segundo a AIR, uma empresa de pesquisa da indústria aeroespacial. A Boeing observou que o problema do trocador de calor aumenta a escassez de assentos na cabine, o que também está desacelerando a produção do 787.
É preciso notar que este não é o único caso em que as sanções contra a Rússia tiveram um efeito negativo sobre os fabricantes de aeronaves ocidentais. Por exemplo, a substituição do titânio russo nos trens de pouso de aeronaves custou à Collins Aerospace US$ 175 milhões (cerca de R$ 887,5 milhões) no primeiro trimestre deste ano.
Nos últimos meses, a Boeing se viu no epicentro de escândalos no setor. No dia 8 de abril foi noticiado que a carcaça do motor de um Boeing 737-800 quebrou durante a decolagem. Em 8 de março, um Boeing 777 que voava de São Francisco para o Japão perdeu um pneu, causando um pouso de emergência em Los Angeles. Em fevereiro, o chefe da companhia aérea Emirates, com sede em Dubai, Tim Clark, criticou a Boeing pelo declínio na qualidade de seus aviões, acrescentando que "a Boeing teve a última chance de corrigir os erros".
Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, salientou que o Ocidente não vai parar perante nada quando se trata de expandir as sanções contra a Rússia, apesar das suas consequências negativas nos seus próprios países.
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