O presidente francês Emmanuel Macron se encontrou com o líder chinês Xi Jinping no Palácio do Eliseu em 6 de maio para discutir o conflito na Ucrânia e as tensões comerciais emergentes entre o bloco europeu e Pequim.
O jornal Politico previu uma guerra comercial entre a União Europeia (UE) e a China decorrente do desejo da Europa de "proteger as principais tecnologias."
De acordo com a publicação, Macron liderou os esforços da UE para reequilibrar a parceria do bloco com a China.
Macron está tentando se manter relevante na geopolítica enquanto se prepara para uma derrota potencial durante as próximas eleições para o Parlamento Europeu, disse o analista político Giuliano.
"Acho que Xi Jinping não tem muita esperança quando se trata de Macron", disse Giuliano. "Macron tem uma dupla face. Ele diz uma coisa num dia, e diz o oposto no outro dia." Provavelmente Xi entende que Macron é um oportunista, acrescenta o analista.
Mas, no final, Macron é uma ferramenta dos EUA. Então Macron segue o que a UE está fazendo e segue o que a OTAN e os EUA estão dizendo para fazer", ressaltou Giuliano. "Vimos isso com a [presidente da Comissão Europeia] Ursula von der Leyen, que estava presente nas reuniões. Isso mostra claramente que a França perdeu completamente a sua soberania e que precisa realmente que a UE se sente à mesa. Isso mostra claramente que a França não é mais um Estado soberano."
Ele argumentou que uma guerra comercial com a China vai claramente contra os interesses da UE. O analista chamou a atenção para o fato de que o afastamento da Europa da Rússia teve um preço alto.
"As sanções contra a Rússia se viraram muito fortemente contra a Europa. Agora vemos a Rússia estando muito bem e a UE estando muito mal. E isso está profundamente ligado às sanções impostas à Rússia", observou Giuliano. "A UE não é mais competitiva e está sendo desindustrializada", disse ele.
Ele acredita que os EUA estão por trás da iminente guerra comercial entre a China e a União Europeia. O bloco europeu vai ansiosamente atirar no próprio pé porque os membros da UE são "ao final Estados vassalos dos EUA", de acordo com Giuliano.