Cerca de 80% dos municípios do estado foram afetados pelas tempestades, e o último boletim da Defesa Civil aponta pelo menos 95 mortes confirmadas e outras 131 pessoas desaparecidas. De acordo com os dados, a cidade com maior precipitação nas últimas semanas foi Fontoura Xavier, a 214 quilômetros da capital Porto Alegre, com 778 milímetros, quase metade do previsto para o ano todo. Na sequência, aparece Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, com 694 milímetros.
Em apenas 15 dias, as precipitações acumuladas em todo o estado do Rio Grande do Sul ultrapassam 300 milímetros. Na Região Metropolitana, o volume é de 400 milímetros, enquanto a Serra Gaúcha chegou a quase 700 milímetros.
A capital Porto Alegre teve cerca de 370 milímetros, enquanto Bento Gonçalves atingiu 675 milímetros. Já Santa Maria, no extremo sul do estado, o índice ficou em mais de 540 milímetros.
Mais bairros em Porto Alegre ficam inundados
Apesar do céu limpo desde o último domingo (5), o nível das águas do rio Guaíba continua a subir e chegou nesta terça-feira (7) a 5,27 metros acima da cota de inundação. Moradores dos bairros Cidade Baixa, no centro da cidade, e Menino Deus, na região sul, precisaram ser evacuados de forma emergencial após bombas de drenagem da água serem desativadas por medidas de segurança.
Em menos de meia hora, ruas, casas e comércios foram tomadas pela água e equipes ajudaram na evacuação da região. "Peguei só o principal e vou voltar para o trabalho", disse uma moradora à Agência Brasil.
Os temporais não devem cessar no estado, e um novo alerta foi emitido até a próxima quarta (8), com previsão de ventos de até 100 quilômetros por hora, descargas elétricas e granizos. Mais de 207,8 mil pessoas estão desabrigadas e pelo menos 1,4 milhão já foram afetadas pelas chuvas.
O governador Eduardo Leite (PSDB) pontuou que as chuvas devem provocar mais inundações, principalmente nas regiões do Vale do Taquari e Serra Gaúcha. "Não será a hora de voltar para casa, não será a hora de estar nos lugares que foram atingidos", disse ao g1.
Os ventos também ajudam a piorar a situação, já que empurram as águas da Lagoa dos Patos, no sul do estado, para a região afetada, principalmente na capital, o que forma uma espécie de funil e atrapalha a saída para o mar.