A chefe do Comando Sul dos EUA voltou a questionar o interesse da China na América Latina e insinuou que Pequim está buscando objetivos militares ao expandir sua presença na região.
"Por que há tanto foco na infraestrutura crítica chinesa neste hemisfério?", perguntou na quinta-feira (9) a general Laura Richardson, durante a 9ª Conferência de Segurança Hemisférica (HSC, na sigla em inglês), em Miami, Flórida, EUA.
A oficial norte-americana argumentou que a influência do gigante asiático na América Latina está crescendo por meio de projetos críticos, como a construção de grandes portos, que lhe dão acesso aos valiosos recursos naturais da região, em detrimento dos interesses das populações locais.
"Estamos preocupados com o possível uso militar [de tal infraestrutura]", acrescentou.
"O primeiro megaporto da China na América Latina só vai facilitar a extração desses recursos da região pelos chineses", argumentou Richardson, acrescentando que a América Latina está longe de se beneficiar das riquezas naturais que possui, enquanto Pequim tem vários acordos assinados com 21 países da região.
Para o chefe do Comando Sul, a cooperação dos países latino-americanos com a China significa que as empresas norte-americanas precisam afastar as empresas chinesas para ocupar seu lugar.
"Temos que ir até lá e competir por esses contratos nos países onde eles ainda estão sendo considerados", disse ela.
Anteriormente, a membro do Pentágono já havia atacado a China em termos semelhantes, o que levou Pequim a acusar Washington de "dois pesos e duas medidas" e a lembrar que os EUA "têm cerca de 800 bases militares no exterior, com 173.000 militares estacionados em 159 países". Eles sublinharam que os países da América Latina e do Caribe são "soberanos e não são o quintal dos EUA".